Os vinhos feitos com base na casta Pedro Ximenez são em muitos casos excessivos, autênticos sequestradores de palato onde perduram por tempo sem fim, muitos deles quase que se mastigam tal a sua densidade. Entre extremos encontramos os melhores exemplares, vinhos de puro deleite capazes de nos catapultar para outra dimensão, onde a complexidade adquirida ao longo de décadas alia-se a uma frescura e elegância muito própria. O resultado de tudo isto só podia resultar na excelência de vinhos únicos e em muitos casos, raros e preciosos.
O Equipo Navazos lançou em Fevereiro de 2008 duas versões de Pedro Ximenez, o Nº11 proveniente de Jerez e o Nº12 proveniente de Montilla-Morilés. Do Nº12 apenas foram engarrafas 1400 garrafas, 10,5% Vol. de um caldo com aproximadamente 27 anos de estágio, proveniente da mais antiga Solera de Pedro Ximénez da Bodega Pérez Barquero. Resulta menos pesado e de enorme elegância, com menos traçado de oxidação que outros vinhos desta natureza, porventura pelo facto de ter estagiado/repousado em botas completamente atestadas ao contrário do seu primo de Jerez. Embrulha-nos numa fina e rendilhada complexidade, lascivo nos aromas que já são conhecidos e repetidos pelos seus conhecedores (fruta passa, café, melado, figo seco) apenas neste caso estão melhor delineados, tudo limpo e capaz de seduzir o mais rabugento consumidor. Na boca repete a festa, entra amplo, conquistador, palato preenchido e a transbordar de fruta em passa, especiarias doces, caixa de charuto, tudo delicado, derrete-se no palato num final quase eterno. Sirva-se fresco a acompanhar chocolate negro do mais puro, a festa está garantida. Na mesma onda de excelência e de mais fácil acesso recomendo o Pérez Barquero La Cañada Pedro Ximénez. 95 pts
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