Copo de 3: Fojo 1996

03 outubro 2016

Fojo 1996


Quando nasceu teve a capacidade de marcar uma época em que o vinho do Douro se começava a afirmar nas bocas do mundo. Oriundo de vinhedo velho com enologia de David Baverstock, este Fojo 1996 tornou-se na altura um ícone da região e foi aclamado como um dos grandes de Portugal. Um vinho que inicialmente era pujante, cheio de energia, mas com algum descontrolo emocional que nunca soube esconder, nunca foi de temperamento fácil e sempre almejou alcançar um patamar de elegância que sempre lhe fugiu. Na passada do tempo, conta agora com 20 anos, surge desgastado, cansado e a mostrar que o melhor já passou por ele. O aroma está sujo, decadente e com pouca definição, notas de licor e especiarias onde sobressai ligeiramente o álcool, a frescura continua por lá com toque de couros e terroso em pano de fundo. Ficou no meio de tantos outros, sem nota porque essas são para os vivos e este já não faz parte desse lote, estando longe de valer as exorbitâncias que ainda pedem por ele.

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