Copo de 3: Mouchão Tonel 3-4 2013

13 novembro 2018

Mouchão Tonel 3-4 2013

Para os lados da Herdade do Mouchão  (Alentejo) o tempo parece gostar de passar devagar, afinal de contas a pressa sempre foi inimiga da perfeição e os vinhos ali criados nunca gostaram de correrias. Este é o topo de gama, o Tonel 3-4, um tinto oriundo das melhores uvas da casta Alicante Bouschet que nascem na Vinha dos Carapetos, o vinho estagia posteriormente nos toneis que lhe dão o nome. Este ano o Tonel surge com nova roupagem, muito sóbrio e senhorial, mostrando as razões por que é sem dúvida alguma um dos melhores tintos feitos em Portugal. 

Concentrado e fresco, este monolito de fruta silvestre negra com compota, ervas de cheiro, chocolate preto, ligeiro balsâmico de fundo, ainda tudo muito novo mas cheio de energia. Cresce no copo e como que por camadas os aromas vão surgindo, limpos mas ainda muito compactos. Na boca é uma explosão de sabor, um colosso que conquista todo o palato no imediato, largo e profundo, com a fruta bem suculenta a dominar e a fazer perdurar a festa. O final pede calma, pede que o deixemos evoluir durante mais uns anos, que tem ainda muito para crescer em garrafa. Se já tinha ficado rendido ao 2011, este 2013 consegue ser ainda superior. 98 pts

4 comentários:

André Miguel disse...

A sério que é melhor que o 11?! Ena pá! Tenho uma 11 em guarda, que não resistirá muito mais tempo, pelo que tenho de ver deste. Já agora a que preço saiu para o mercado?

João de Carvalho disse...

É melhor sim, mais estruturado e com uma maior qualidade da fruta, muito coeso e cheio de energia. O preço deve rondar o mesmo do anterior.

Guardar o Tonel 2011 e ir bebendo os Mouchão Colheita. :)

André Miguel disse...

Agora fiquei intrigado, o melhor é porque está mais pronto a beber ou tem melhor estrutura e a mesma capacidade de envelhecimento? Tendo 2011 sido um ano estrondoso estranho esta qualidade de 2013. Mas sendo Mouchão tudo é possível! :)

João de Carvalho disse...

O Tonel 2013 como vinho é melhor que o 2011, dois grandes vinhos mas até entre os grandes estas diferenças acontecem, veja por exemplo nos grandes de Bordéus, há colheitas onde a excelência de um ano no seguinte consegue ser ainda melhor. Notei neste 2013 mais nervo.

 
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