Copo de 3: 1999
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12 janeiro 2020

Esporão Reserva 1999


Uma double-magnum (3 Litros) de Esporão Reserva 1999 foi o vinho que decidi abrir pela passagem de ano. Este é sem dúvida alguma o formato e a altura ideal para ser aberto num jantar com um número alargado de amigos. Abertura com alguma antecedência revelando desde logo um vinho adulto e em grande forma, dando uma prova ao nível do melhor que os Esporão Reserva me têm acostumado. Não foi necessário esperar muito por ele, apesar das idas e vindas para atestar o decanter, afinal a maior volumetria da garrafa atrasa o efeito da passagem do tempo permitindo que o vinho se aguente por muito mais tempo na sua melhor fase de consumo. Muita fruta silvestre ainda com frescura a passear pelo copo, ao lado aromas de caixa de especiarias com folha de tabaco, travo de canela, pimenta e compota de ameixa numa toada mais gulosa. Já aveludado no trato, cheio de finesse e uma frescura que lhe percorre todo o corpo. Muita classe neste tinto que mereceu os maiores elogios de todos os presentes, os grandes vinhos são assim.

13 fevereiro 2013

Quinta do Vale Meão 1999

Lembro como se fosse hoje a primeira vez que tive contacto com este vinho, na altura morava na Avenida de Roma e numa das lojas de vinho onde me costumava abastecer eis que certo dia me dizem que tinha acabado de chegar novo vinho do Douro, Quinta do Vale Meão, com muito bom aspecto, pelo menos a imagem era bonita dizia a senhora com um sorriso estampado no rosto. O preço foi durante alguns dias a rondar os 25€... apetecível para quem se costumava juntar com alguns amigos ao final da noite e dividindo custos bebia umas garrafas a acompanhar "umas familiares" da Telepizza. Lembro como se fosse hoje que das duas garrafas que comprámos na altura a primeira deixou-nos a todos com vontade de abrir a segunda, que sabe-se lá porque razão não estaria tão boa como a primeira, a variação de garrafa para garrafa foi quase norma nesta colheita. Depois a conversa é conhecida de todos nós, o vinho foi provado e colocado nos píncaros como o melhor da sua região naquele ano com 19 valores, o que o meteu aos preços que todos sabemos e dura até aos dias de hoje.

Acontece que nem sempre é a garrafa que prega a partida, nem sempre é a culpa da colheita inaugural que teve o fenómeno de duas garrafas a darem prova diferente com o vinho de uma melhor que o da outra... desta vez o que me calhou na rifa foi o normal problema da idade que já lhe pesa nos ombros, de um vinho que teve problemas na evolução sem ganhar elegância onde se nota uma clara perca de fruta e de pujança tão costumeira no início. Porque no nariz não o achei muito dialogante, a concentração que antes tinha ficou esbatida, agora cansado e com pouca vida, tudo sentado e arrumado sem vontade de bailar. Por mais que se agite o copo tudo na mesma, direi que está acomodado, vale ainda alguma fruta fresca que por lá rodopia, o resto é mossa feita pelo tempo. Na boca a condizer com o nariz, nunca deixando de ser quem é, postura e integridade, perde no conteúdo. O vinho continua a dar uma prova de qualidade mas muito longe da excelência que lhe meteram nos ombros, no essencial há que saber entender que vinhos que foram grandes também finam e acabam por morrer... e este vai a caminho. 89pts

10 novembro 2009

Quinta do Crasto 1999

Situada na margem direita do rio Douro, entre as localidades de Pinhão e Peso da Régua, a Sociedade Agrícola da Quinta do Crasto dispõe de 130 hectares, dos quais 70 são ocupados por vinha (com as mais antigas a passarem dos 70 anos). Tal como as grandes Quintas do Douro, a sua origem remonta a tempos longínquos (o nome CRASTO, deriva do latim castrum, que significa Forte Romano). As primeiras referências datam de 1615, aparecendo no mapa do Douro (séc XIX) feito pelo Barão de Forrester. Nessa altura apenas os melhores vinhos do Porto ostentavam o nome da Quinta, sendo a restante produção vendida a terceiros.
Logo no início do século XX, a Quinta do Crasto foi adquirida por Constantino de Almeida, fundador da casa de vinhos Constantino. Em 1923, após a morte de Constantino de Almeida foi o seu filho Fernando de Almeida que se manteve à frente da gestão da Quinta dando continuidade à produção de Vinho do Porto. Em 1981, Leonor Roquette (filha de Fernando de Almeida) e o seu marido Jorge Roquette assumiram a maioria do capital e a gestão da propriedade e com a ajuda dos seus filhos Miguel e Tomás deram início ao processo de remodelação e ampliação das vinhas bem como ao projecto de produção de vinhos de mesa pelos quais a Quinta do Crasto é hoje amplamente conhecida. O tinto Quinta do Crasto teve a assinatura de David Baverstock, que foi responsável desde a primeira colheita em 1994 até 1999, sendo esta última alvo de prova com o respectivo Quinta do Crasto 1999.

Quinta do Crasto 1999
Castas: Tinta Roriz, Tinta Barroca e Touriga Francesa - Estágio: n/d - 13% Vol.

Tonalidade granada escuro de concentração média.

Nariz de fina complexidade, a mostrar um vinho onde os 10 anos de vida já fizeram o seu trabalho, mais polido de aromas e sem a intensidade/concentração de outros tempos. Deixou-se de frescuras e ganhou em cordialidade, refinando-se a nível comportamental. O nariz ainda mostra alguma frescura com a fruta (amoras, bagas, cereja) presente mas com menos protagonismo, fruta passa e algum bombom de ginja em conjunto com vegetal seco (esteva), tabaco, grão de café e compota.

Boca bem harmoniosa e de mediana espacialidade, a mostrar um grande polimento de conjunto. A fruta fresca e delicada mostra-se presente mas sem grandes concentrações, entrelaçando-se numa subtil frescura, à qual se junta em segundo plano um travo vegetal seco, ligeiramente compotado, tudo isto em complemento do encontrado na prova de nariz.

É difícil encontrar um vinho tinto em Portugal que passados 10 anos consiga mostrar-se em melhor forma do que quando foi lançado para o mercado (ainda que precocemente em alguns casos). Muitos deles ficam pelo caminho, retorcidos pelas forças descontroladas que os dominam, ou de tão fechados que se mostram, acabam por morrer nessa mesma clausura sem nunca arranjarem maneira de conseguir abrir a porta. O vinho que aqui coloco faz parte daqueles que apesar de tudo, passados 10 anos consegue ser uma boa surpresa, não sendo melhor agora do que quando se mostrou ao mundo, não deixa de dar uma prova bastante agradável. Como alguns dizem, estamos perante um vinho feito, pronto a consumir sem ter muito em que pensar pelo que não vale a pena esperar muito mais tempo, é agora que o prazer está assegurado. 16 - 90 pts

01 fevereiro 2009

Quinta da Trovisca 1999

Quinta da Trovisca 1999
Castas: Touriga Nacional (30%), Touriga Franca (25%), Tinta Roriz (15%) Tinto Cão (5%), Tinta Barroca (5%) e outras (20%) - Estágio: 6 meses em carvalho francês - 12,5% Vol.

Tonalidade ruby escuro de concentração mediana.

Nariz revelador de fruta fresca bastante madura (frutos do bosque), ligeiro e tímido toque floral num conjunto afinado e elegante. Sente-se frescura condutora aliada a especiarias (pimenta preta) e vegetal (esteva). A madeira ainda que presente, está completamente integrada no conjunto, resultando um pleno de harmonia, ainda que sem mostrar grande dose de complexidade.

Boca de entrada fresca e frutada, juntando-se um leve toque vegetal a lembrar esteva, em conjunto fino de média estrutura. Boa dose de frescura presente durante toda a passagem de boca, num todo harmonioso, com leves notas fumadas em segundo plano com final de boca de persistência mediana.

O vinho tem uma bela dose de frescura presente durante a prova, conferindo alguma vivacidade a um conjunto afinado e elegante, conjugando muito bem a prova de nariz com a prova de boca. Os quase 10 anos de vida com que este vinho se apresenta, e com uns cada vez mais raros 12,5%, parece que não lhe fizeram grande mossa, resultando um vinho bem apetecível para se consumir neste momento.
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