Copo de 3: Domingos Soares Franco Colecção Privada Verdelho 2006

16 outubro 2007

Domingos Soares Franco Colecção Privada Verdelho 2006

Em Espanha na D.O. de Rueda mora uma casta que deu fama aquela região, uma casta que tem vindo a ser trabalhada e melhorada, talvez tenha tido uma atenção merecida e hoje em dia dá mostras do merecido investimento.
Essa casta dá pelo nome de Verdejo, e pelo que apurei não tem nada que ver com a que temos em Portugal sobre o nome Verdelho, o tal Verdelho da Madeira e ao que parece anda um pouco escondido por terras Lusas (caso em prova). Se até aqui tudo bem, a confusão à Portuguesa chega no momento em que se tem outra casta de nome Gouveio que se lembraram de lhe chamar também Verdelho. Ou seja, o consumidor consegue ter numa prateleira dois vinhos varietais, ambos com o mesmo nome (Verdelho) mas que na sua essência são diferentes. Por exemplo este vinho aqui provado é o dito Verdelho, o original, o Verdelho do Esporão é o Gouveio camuflado.
Em prova temos até agora, o único varietal Verdelho de Portugal Continental que nos chega das Terras do Sado.

Domingos Soares Franco Colecção Privada Verdelho 2006
Casta: 100% Verdelho - Estágio: inox - 12% Vol.

Tonalidade amarelo citrino com rebordo esverdeado de média/baixa concentração
Nariz com aroma a mostrar média/baixa intensidade, fruta presente tropical (ananás) e ligeiro citrino com suave verdor (vegetal) a dominar todo o segundo plano. Descritores presentes mas tudo bem superficial e sem grande convicção/concentração, mostra ainda um toque especiado em fundo.
Boca de entrada fresca a com fruta presente, singela complexidade. Mostra vegetal presente com acidez a dar uma frescura correcta mas estreita. Corpo delgado onde o final de boca se mostra sem grande persistência, num vinho que se acaba por esquecer pouco tempo depois de se beber.

Algures foi escrito (mal) que este era o Verdejo que invejamos em Rueda, após ter provado duas garrafas em que ambas se mostraram no mesmo nível a minha opinião não mudou, o vinho não lembra os Verdejo, apesar de aromas similares. Quando se compara devemos fazer com os melhores e não com os menos bons. O vinho aqui provado mostra que a casta não sendo a mesma, falta mais concentração quer a nível de nariz ou de boca, falta uma acidez mais viva... O preço a rondar os 9-10€ não ajuda muito.
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5 comentários:

Anónimo disse...

Custa menos de 7€ numa grande superficie. Eu comprei por 6€ directamente. E foi dos melhores brancos que já provei.

Anónimo disse...

Este vinho tem dado muita polémica, com reacções ora muito ora pouco entusiasmantes. Por mim gostei, achei-o "original", bastante frutado (sem que esta seja uma característica que, por si só, o pontue). Mas noto que uma das pessoas que me acompanhou nessa degustação não o considerou minimamente interessante. Uma espécie de "ame-o ou deixe-o"...

Vinixá - Produtos Gourmet disse...

Este vinho é uma das apostas ganhas na garrafeira que tenho aqui em Santa Maria da Feira. Admito que possa existir diferença para o vinho espanhol de casta similar (que não conheço), mas é sem dúvida um vinho "diferente", e de inegável qualidade.

João de Carvalho disse...

De acordo com a escala adoptada pelo Copo de 3 este vinho é considerado um vinho de qualidade superior à média, o que a meu ver indica um vinho de inegável qualidade, pode é essa qualidade não ser a suficiente para que seja considerado um vinho muito bom.

Abílio Neto disse...

Caros,

Boa ideia João Pedro (custa-me chamar-te assim...)

É inegavelmente um bom vinho, contudo, se a ideia é fazer um bom verdelho / verdejo, é necessário ir-se mais longe nas próximas colheitas, porque, se em Portugal funciona pela originalidade (e bom preço), no mundo, qualquer Martivilli (mais barato), é melhor!

Abraços,

Abílio Neto

 
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