De volta a França, chegamos à Borgonha, sub região Côtes de Nuits, appellation Gevrey-Chambertin, onde se encontra o Domaine Dugat-Py.
Considerado por muitos um génio dos Pinot Noir, Bernard Dugat-Py estabeleceu-se em 1973 quando começou a comprar várias parcelas naquela zona. Hoje em dia com pouco mais de 7 hectares, para ser exacto são 7,26 ha. de vinha, divididos em 14 denominações locais, o que em alguns casos é um tanto de quase nada, mas com resultados de excelência. Para se ter um exemplo, tem 0,06 hectares (600 metros quadrados) de Gevrey Grand Cru; 0,30 hectares de Charmes-Chambertin Grand Cru... até no total somar os 7,26 hectares. Os resultados nem sequer chegam a ser de garagem, de armário duvido, penso que sejam de gaveta, pois por exemplo o Chambertin está limitado a 250 garrafas por colheita.
No caso deste vinho, temos vinhas com idades que rondam entre os 50-90 anos de idade.
Devido à densidade e idade das vinhas, tudo é tratado à mão, sem poda em verde, as uvas são cuidadosamente escolhidas, no final não temos colagem ou filtração... afinal o que se pretende é dar lugar à expressão do terroir, intervindo o menos possível no resultado.
Dugat-Py Domaine Gevrey-Chambertin 'Coeur de Roy' 2004
Castas: 100% Pinot Noir - Estágio: estagia em 60% madeira nova - 13% Vol.
Tonalidade ruby muito escuro, concentração alta.
Nariz a mostrar um vinho bastante fechado que vai abrindo com o tempo, bastante tempo até. Se por um lado mostra austeridade, por outro lado mostra todo o seu esplendor naquilo que dá para entender neste momento da vida do vinho. Bela concentração e complexidade, profundo e com boa frescura. O impacto inicial remete para um toque animal (caça) com alguma cinza e tabaco seco. A fruta (cassis, cereja, ameixa) entra em cena com toque de rama, fumo suave em fundo com ligeiro especiado que envolve todo o conjunto. O que tem de misterioso tem de complexo, a baunilha em conjunto com chocolate negro, espreita e diz presente ainda que a meia voz, rapidamente encostada por um mineral bem solto e agradável.
Boca de estrutura sólida e sem grandes oscilações, tudo o que tem está bem delineado e com capacidade para aguentar a passagem do tempo sem grandes problemas. Salienta-se uma belíssima frescura com que somos presenteados e que nos acompanha durante toda a passagem de boca. Fruta presente, café, tabaco seco, especiaria, chocolate negro, tudo muito fino e pleno de finesse, torrado de mão dada com o restante, arredondamento sentido com ligeira secura pelo meio, em final mineral de bela persistência.
Um vinho que ainda tem muito para mostrar, talvez abrir um vinho destes nesta altura não seja a melhor escolha. O refinamento, o balancear das suas componentes ao longo de toda a prova, a complexidade e profundidade que nos mostra levam a que a prova de um vinho como este se torne marcante. Convém dizer que estamos perante um vinho de gama média/alta e ainda bem longe do topo de gama desta casa (o tal das 250 garrafas). Nada como provar um exemplar destes para ter a noção do que é um belo Pinot Noir, o preço ronda os 70-80€.
17,5
Considerado por muitos um génio dos Pinot Noir, Bernard Dugat-Py estabeleceu-se em 1973 quando começou a comprar várias parcelas naquela zona. Hoje em dia com pouco mais de 7 hectares, para ser exacto são 7,26 ha. de vinha, divididos em 14 denominações locais, o que em alguns casos é um tanto de quase nada, mas com resultados de excelência. Para se ter um exemplo, tem 0,06 hectares (600 metros quadrados) de Gevrey Grand Cru; 0,30 hectares de Charmes-Chambertin Grand Cru... até no total somar os 7,26 hectares. Os resultados nem sequer chegam a ser de garagem, de armário duvido, penso que sejam de gaveta, pois por exemplo o Chambertin está limitado a 250 garrafas por colheita.
No caso deste vinho, temos vinhas com idades que rondam entre os 50-90 anos de idade.
Devido à densidade e idade das vinhas, tudo é tratado à mão, sem poda em verde, as uvas são cuidadosamente escolhidas, no final não temos colagem ou filtração... afinal o que se pretende é dar lugar à expressão do terroir, intervindo o menos possível no resultado.
Dugat-Py Domaine Gevrey-Chambertin 'Coeur de Roy' 2004
Castas: 100% Pinot Noir - Estágio: estagia em 60% madeira nova - 13% Vol.
Tonalidade ruby muito escuro, concentração alta.
Nariz a mostrar um vinho bastante fechado que vai abrindo com o tempo, bastante tempo até. Se por um lado mostra austeridade, por outro lado mostra todo o seu esplendor naquilo que dá para entender neste momento da vida do vinho. Bela concentração e complexidade, profundo e com boa frescura. O impacto inicial remete para um toque animal (caça) com alguma cinza e tabaco seco. A fruta (cassis, cereja, ameixa) entra em cena com toque de rama, fumo suave em fundo com ligeiro especiado que envolve todo o conjunto. O que tem de misterioso tem de complexo, a baunilha em conjunto com chocolate negro, espreita e diz presente ainda que a meia voz, rapidamente encostada por um mineral bem solto e agradável.
Boca de estrutura sólida e sem grandes oscilações, tudo o que tem está bem delineado e com capacidade para aguentar a passagem do tempo sem grandes problemas. Salienta-se uma belíssima frescura com que somos presenteados e que nos acompanha durante toda a passagem de boca. Fruta presente, café, tabaco seco, especiaria, chocolate negro, tudo muito fino e pleno de finesse, torrado de mão dada com o restante, arredondamento sentido com ligeira secura pelo meio, em final mineral de bela persistência.
Um vinho que ainda tem muito para mostrar, talvez abrir um vinho destes nesta altura não seja a melhor escolha. O refinamento, o balancear das suas componentes ao longo de toda a prova, a complexidade e profundidade que nos mostra levam a que a prova de um vinho como este se torne marcante. Convém dizer que estamos perante um vinho de gama média/alta e ainda bem longe do topo de gama desta casa (o tal das 250 garrafas). Nada como provar um exemplar destes para ter a noção do que é um belo Pinot Noir, o preço ronda os 70-80€.
17,5
3 comentários:
O meu primeiro Pinot sério da Borgonha provado.
Destaco o nariz cheio, onde a rama de tomate se destacava juntamente com algum fruto e fumados.
Na boca a frescura é assinalável mas aparentou um vinho mais volumoso do que eu esperava.
Um belo pinot. Boas provas!
E quanto custa esta maravilha?
Por lapso tinha esquecido esse detalhe, mas já está colocado.
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