Copo de 3: Os vinhos de 2005

12 janeiro 2006

Os vinhos de 2005

Passado quase um ano, é altura de rever os vinhos que mais me marcaram durante 2005.

Os tempos são de crise, pelo menos é o que se diz, mas quando se vê os topo de gama seja do que for a esgotar sinceramente não entendo onde está a crise, com tudo isto cada vez mais aparecem no mercado vinhos muito bem feitos, com qualidade acima da média e com bom preço, o que é sempre de agradecer.
Coloco então as minhas escolhas, apenas de vinhos já no mercado, de fora ficaram as amostras:

Rosés: Frescos e excelentes companheiros dos calores de Verão, o boom dos rosés invadiu este ano as prateleiras dos Hiper, muitos confirmam a boa colheita anterior, outros são novidade, aquele que para muitos não é vinho feito de uvas deu este ano um grande salto e parece que se vai manter a tendência para 2006.

Rosé da Peceguina 2004: Pela novidade, pelo estilo jovem, fresco e diferente, com a qualidade desta casa, um dos rosés que mais gostei durante este ano.

Enate Rosado 2004: Um Rosado diferente, com estrutura mais firme, e para ser levado mais a sério, um Rosado de respeito e considerado um dos melhores de Espanha.

Rosé de La Chavaliere 2004: Elegante e com uma prova de boca muito distinta. Rosé muito harmonioso e cheio de classe.

Brancos : É mais difícil fazer um grande branco do que um grande tinto, pois a verdade é que os vinhos brancos de qualidade estão a aparecer em força por terras Lusas e ainda bem...

Anta da Serra Branco 2004 : Porque o preço não faz um vinho ser bom ou mau, e porque a qualidade aliada a um preço mais que aliciante é uma enorme tentação, este Arinto com Fernão Pires, foi Talha de Prata e o melhor Branco do Alentejo para a Confraria dos Enófilos do Alentejo visto que o Ouro não foi atribuido... foi o vinho branco deste Verão. Uma das grandes relação preço/qualidade.

Esporão Verdelho 2004 : Um Verdelho no Alentejo, pode-se dizer que é estranho, mas é a verdade, uma grande novidade com grande qualidade. O melhor exemplar em Portugal que eu tenha provado, vinho de belo recorte que lutou muito bem com um dos grandes de Espanha.

Esporão Private Seleccion Branco 2004 : Para quem o procura, encontrar este vinho vai ser um pouco difícil devido a estar quase esgotado. É um grande vinho, ao nível da primeira colheita, que com todo o mérito ganhou Concurso «Escolha da Imprensa» no ECVS na Fil.
Redoma Reserva 2004 : Um dos melhores brancos de Portugal, com a mão da Niepoort este Reserva consegue dar um prazer enorme durante a sua prova.

Quinta Monde D´Oiro Colheita 7 de Outubro : Falar de Viognier parece estranho, casta muito utilizada por terrras de França, mas é uma casta recomendada em algumas regiões de Portugal. Pois bem este vinho é o melhor exemplar desta casta em Portugal, melhor entrada no mundo da Viognier não podia ter tido, ficando uns pontos à frente do seu irmão mais novo Madrigal.

Faiveley “Georges Faiveley” Bourgone Blanc 2002 : Posso dizer que entrei com o pé direito nos vinhos brancos da Borgonha, a mostrar a fama dos Chardonnay da Borgonha com grande nível.

Pewsey Vale Vineyard - Eden Valley Riesling 2003 : Uma nova maneira de vêr o Riesling, vindo directamente da Austrália, um vinho que deu grande prazer a beber.

Geyser Peak Alexander Valley Chardonnay Reserve 2000 : Chardonnay, desta vez com origem na Califórnia, na zona de Alexander Valley, amanteigado, rico e cremoso, com final cheio e bastante persistente.

Schloss Gobelsburg 2003 Grüner Veltliner Steinsetz : Mostrou-se muito mineral e fresco com nível de acidez bem marcado... tem um corpo que aguenta o vinho durante toda a prova, belos aromas, um tipo de vinho completamente diferente dos nossos, de grande categoria e que me agradou muito.

José Pariente Verdejo 2004: Falar de Verdejo, é falar de Rueda, e neste caso temos um vinho que é considerado como um dos melhores exemplares desta casta por terras de Espanha. Não deixou os créditos por mãos alheias e mostrou toda a sua raça. Um vinho, uma casta, uma referência...

Valle Pradinhos Branco 2004: Uma excelente surpresa, original, fresco e muito perfumado, uma excelente compra atendendo ao preço praticado de 3,50€. Ainda vai durar em garrafa, mas é quase impossível resistir-lhe.

Tinto: O ano de 2003 deu origem a excelentes vinhos em todas as zonas de Portugal, desde o Douro ao Alentejo os vinhos de 2003 estão a dar que falar...

Coop Borba Syrah 2003 : Foi vinho que esgotou rapidamente, com boa qualidade e um preço ainda melhor, mostra-se fiel à casta, foi companheiro mais que uma vez durante todo o ano. Entrou com o pé direito, a colheita de 2004 está melhor que este 2003.

Coop Borba Cinquentenário - Grande Escolha 2003 : Era o salto que faltava para a Coop de Borba, conseguir colocar um vinho entre os grandes do Alentejo, conseguido e bem com este Grande Escolha 2003. Esperemos que continuem com este patamar de qualidade, pois vinhos destes fazem falta.

Malhadinha 2003 : Entrada com o pé direito nos topos de gama, um vinho que ganhou tudo o que tinha para ganhar na sua primeira colheita... principalmente ganhou um lugar entre os grandes do Alentejo e de Portugal.

Zambujeiro 2002 : É pouco visto em terras Lusas, vai quase todo para fora, este vinho com grande concentração de aromas e sabores, mostrou-se muito bem quando provado, talvez o senão o preço de 40€ mas por vezes a qualidade tem o seu preço.

Quinta do Monte D´Oiro Reserva 2001: Colocando de lado o Homenagem, este é o vinho provado desta casa que mais prazer me deu a beber, sem dúvida um grande vinho.
Vale de Ancho Reserva 2003: Da casa Couteiro Mor, este novo Vale de Ancho soma e segue na sua gloriosa caminhada entre os melhores vinhos do Alentejo. Onde pode chegar não sei, mas vale a pena estar muito atento.

Pintia 2002: Pela mão da Vega Sicília, surge na região de Toro este Pintia... melhor que a colheita de 2001, mostra-se mais perto do seu melhor, menos fechado, um vinho diferente mas onde a qualidade diz presente.

Alion 2001 : Não vale a pena falar muito sobre esta maravilha, um vinho que está muitos pontos acima, com pleno equilíbrio entre boca e nariz, madeira e fruta, é um prazer beber este excelente vinho que merece uma prova muito atenta... se não o provou ainda o que está à espera ?

Joseph Drouhin Clos de Vougeot Grand Crú 2000 : Um Grand Crú que na Borgonha significa um topo de gama, feito a partir da casta Pinot Noir, sem dúvida um grande vinho que me marcou muito na estreia dos grandes da Borgonha.

Marchesi Antinori The Pian delle Vigne - Brunello di Montalcino - 1999 : Mostrou-se na boca equilibrado, elegante e bem feito, taninos presentes e sedosos, tudo muito bem colocado, num vinho de alto nível, com final muito longo. Um grande vinho que me agradou bastante, bela estreia nos vinhos Italianos.

Xisto 2003: Mais um vinho de alto nível do produtor Quinta do Crasto, é fruto de uma ligação Douro/Bordéus, aqui respira-se alta qualidade, foi um dos grandes vinhos provados.

Herdade das Servas Touriga Nacional 2003: A chamada rainha das castas lusas, veio do Douro e Dão, instalar-se no Alentejo onde surgem cada vez mais alguns dos melhores exemplares desta casta. Este Servas é mais um exemplo disso, naquele que pode ser considerado como um dos melhores Touriga Nacional do ano 2003.

Penfolds RWT 1999: RWT, que quer dizer Red Winemaking Trial, é o terceiro vinho da casa Penfolds, a contar com o Grange e depois o BIN 707. Este RWT é um vinho de nível mundial, se não fosse o Grange talvez este fosse o melhor Syrah do Mundo.

Pêra Manca 1997: Mostrou qualidades que só alguns vinhos conseguem atingir, justificando o motivo do seu estatuto de ícone da enologia em Portugal.
Queria ainda deixar com breves referências para:
Château Rieussec - Sauterne- 1999
Kracher Beerenauslese Cuvée 2003
Royal Tokaji Blue Label, Aszú 5 puttonyos 1996
Ramos Pinto 10 anos - engarrafado em 1977

2 comentários:

Anónimo disse...

isto de estár mal, é como os carros de topo de gama, esses saíem sempre, a crise está nos utilitários. Mal comparando, é claro. O vinho é a mesma coisa, a crise está na classe média, mesmo a média. Ou seja o verdadeiro pilar da nossa economia,os pagadores de impostos a horas, aqueles que de vez enquanto lá compram um esporão, ou um encostas do tua reserva, que rondam os 17 euros nos hiper. Enquanto não houver uma melhoria de nível de vida da classe média, os vinhos médios(preço)também não saíem...

João de Carvalho disse...

É uma grande verdade

 
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