Copo de 3: PROVA Vinhas Altas

30 maio 2007

PROVA Vinhas Altas

Da zona dos Vinhos Verdes, chegam os dois exemplares da gama Vinhas Altas, produzidos pela CAVIPOR.
Se por um lado o chamado Vinho Verde nunca teve uma boa conotação junto da grande maioria dos consumidores, por outro lado, é nesta região que se fazem alguns dos melhores brancos a nível nacional.
Com o nível qualitativo dos vinhos oriundos desta região cada vez mais alto, cada vez merecem mais ser provados e conhecidos. Neste caso temos os vinhos com a ostentação no rótulo de Vinho Regional Minho.

Vinhas Altas Reserva Arinto/Loureiro 2005
Castas: 60% Arinto e 40% Loureiro - Estágio: Loureiro fermentado em barricas novas carvalho «Allier» - 12% Vol.

Tonalidade leve amarelo citrino com toque dourado
Nariz a mostrar um aroma limpo e frutado (tropical, citrino em bom destaque, pêra), o floral surge ligeiro e sem protagonismo banhado por uma onda refrescante, vegetal (chá preto) em segundo plano em boa ligação com fundo de ligeiro mineral.
Boca com entrada a mostrar mineralidade, fruta e toque vegetal, acidez a dar frescura que nos acompanha durante toda a passagem de boca. Nota-se algum arredondamento derivado da passagem por madeira, a fruta casa bem com a componente vegetal. Final de mediana persistência.

Tem tudo muito bem delineado, sem ter grande complexidade consegue não defraudar. Caminha a direito sem tropeçar aqui ou ali, indicado para os tempos mais quentes que espreitam, os seus 12% fazem dele um vinho mais leve para uma tarde de Verão, o preço ronda os 4€
Fez muito boa companhia a umas lulas de tomatada.
14,5

Vinhas Altas Reserva Sousão 2004
Castas: Sousão - Estágio: barrica de carvalho «Allier» - 12,5% Vol.

Tonalidade ruby escuro com rebordo violeta
Nariz com destaque para a fruta vermelha bem madura, ligeira geleia que se junta a torrados e uma mão cheia de canela, no segundo plano mostra-se na versão vegetal.
Boca com boa entrada, alguma macieza inicial aliada a boa dose de frescura, toque apimentado no meio palato, ligeira secura vegetal em fundo. Não deixa a rusticidade de lado e surgem notas curiosas de carne assada, no final que mostra uma mediana persistência.

É o chamado Verde Tinto, para alguns sinónimo de carrascão e de vinho servido em malga. Aqui tudo muda de figura, o Sousão que é Vinhão dá origem a um vinho que não foge em nada nos aromas e sabores aos vinhos verdes tintos, afinal é a sua essência, mas temos um vinho leve e com boa frescura. É mais um exemplar a merecer uma prova atenta, para quem gosta ou simplesmente para se perder o complexo. Aceita o desafio ?
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2 comentários:

Anónimo disse...

Curioso...
Ontem abri uma botelha deste Sousão.
Alem da fruta vermelha não "vi" mais nada alem da madeira!?

João de Carvalho disse...

Sejas bem vindo caro João Quintela.

O vinho manifestou-se de forma algo retraída no copo... por vezes lembrou-me um copo de Gold Strike, talvez fosse da canela.
É a fruta , os torrados da madeira que quase andam a fazer uma barreira e depois junta-se a canela com o toque vegetal no fundo. Tem pouco mais que isto.

Atenção à temperatura de serviço e eu como curiosidade até o cheguei a decanter para ver como estava no dia seguinte.

 
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