Copo de 3: Herdade das Servas Touriga Nacional 2004

22 fevereiro 2008

Herdade das Servas Touriga Nacional 2004

A Herdade das Servas situada bem perto de Estremoz, é o resultado de um sonho tornado realidade pelos dois irmãos Luís e Carlos Mira, que são a geração mais nova da família Serrano Mira, que desde 1667, ano atestado pela existência de duas talhas, se dedica à arte da vitivinicultura. A família Serrano Mira zela por um património vitícola de 200 hectares de vinhas, com idades compreendidas entre os 15 e os 55 anos, implantadas por talhões através das melhores técnicas de cultivo. Nas castas tintas contam com a Touriga Nacional, Syrah, Alicante Bouschet, Aragonês, Trincadeira, entre outras, e nas castas brancas com o Roupeiro, Antão Vaz, Rabo-de-Ovelha e Arinto.
É na colheita de 2003 que surge o primeiro varietal Touriga Nacional deste produtor, apostando naquela que é a casta mais mediática em Portugal. O resultado final levado a cabo pela dupla de enólogos Luís Duarte e Tiago Garcia, foi um vinho onde a Touriga Nacional se mostrou na sua versão mais Alentejana, um tinto encorpado, vigoroso e com extracção suficiente para casar com o bom trabalho das madeiras novas onde o deixaram a repousar.
O ano de 2004 permitiu novamente que este néctar fosse produzido, em prova o Herdade das Servas Touriga Nacional 2004

Herdade das Servas Touriga Nacional 2004
Castas: 100% Touriga Nacional - Estágio: 12 meses carvalho francês (70%) e americano (30%) - 14,5% Vol.

Tonalidade ruby escuro de concentração média/alta
Nariz com aroma de boa intensidade e complexidade, bom desdobramento no copo a revelar-se com extracção de fruta sem cair no exagero que por vezes encontramos noutros vinhos. Sente-se uma harmonia entre a presença da fruta e da madeira, num vinho onde a Touriga não se mostra muito faladora, mas sim um vinho mais contido e fechado, sente-se frescura com a baunilha e a tosta a darem sinais de presença, floral de segundo plano com especiarias e fumado no fundo. Com o tempo que pede, desenvolve cacau e café com toque balsâmico a interligar todo o conjunto, ainda com alguma austeridade sentida que deverá passar com tempo de garrafa.
Boca com boa entrada, estrutura firme e sólida com frescura agradável, fruta madura com compota e madeira bem interligada, dando toque de alguma cremosidade no conjunto. O vinho mostra boa espacialidade, torrado, cacau, especiaria, a confirmação da prova de nariz, revelando-se um pouco mais pronto na boca, com final integro e de bela persistência.

É um vinho que vem na senda da anterior colheita, aqui sente-se mais uma vez a marca da casa, aliando a extracção comedida com bom trabalho de madeira. Tudo isto sem deixar fugir de vista, uma acidez mais que compensatória que dá uma frescura ao conjunto tornando o vinho bastante agradável e com pernas para andar mais uns anos dentro da garrafa. O preço ronda os 15€.
Colheitas provadas: 2003
17

3 comentários:

Luis Prata disse...

Tenho uma em casa a repousar que estou a pensar abrir daqui a um anito.

PAULO SOUSA disse...

Agradou-me a colheita do ano passado até mais que o Aragonês de que falavas muito bem.


Um abraço

Paulo Sousa

João de Carvalho disse...

Sim, tendo em conta o diferente perfil das castas, de facto este Touriga Nacional é superior em relação ao Aragonês.

Quanto a abrir daqui a um ano, nada a opor e até certamente o vinho estará pleno de saúde.

Como nota de curiosidade o produtor engarrafou da colheita 2004 deste Touriga Nacional algumas magnum.

 
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