Recentemente no fórum da Revista de Vinhos, foi levantado um assunto que na sua essência questionava a qualidade dos vinhos estrangeiros que determinada superfície comercial escolhe, para vender como marca da casa, como por exemplo os Pingo Doce Dão ou Continente Alvarinho.
Desta vez foi a Tesco que escolheu (pelos visto não muito bem) um vinho oriundo de Portugal para vender com a sua marca, e que a ver pela prova do crítico britânico Jamie Goode, o vinho em causa é tudo menos representativo da qualidade dos vinhos que se fazem em Portugal. Neste caso falamos de um Touriga Nacional 2006 produzido pelo produtor DFJ Vinhos.
É óbvio que tal acontecimento não deve nem pode beliscar a imagem de um País produtor como é Portugal, deve sim penalizar apenas e só a imagem da cadeia Tesco pela má escolha que fez, e porventura penalizar o produtor em causa pelo desempenho menos bom do seu vinho.
Pessoalmente não me vejo a ir a uma qualquer superfície comercial em Espanha e comprar um Rioja Carrefour, quase que soa a vinho ''genérico'' tal como o ácido acetilsalicílico.
A questão pode também ela colocar-se noutros modos, qual a qualidade dos vinhos estrangeiros que podemos encontrar nas superfícies comerciais ?
Será que vale a pena apostar por exemplo num Château Rozier Grand Cru Saint-Émilion 2005, comprado nos 3 Mosqueteiros por 12€ ?
Falando um pouco da zona de onde este Rozier nos chega, é um vinho de Bordéus, mais propriamente de Saint-Émilion, onde a classificação é revista de 10 em 10 anos, sendo divididos em duas categorias, premier grand cru classe e grand cru classe.
Este Château Rozier foi fundado no séc 18 por Jean Saby, hoje em dia é gerido pela nona geração da família, os irmãos Jean-Christophe e Jean-Philippe Saby. São 23 ha de vinha com uma idade a rondar os 45 anos, espalhadas por 4 comunas da região, com solos onde predomina o calcário e argila, sendo o resultado final um blend de 90% Merlot e 10% Cabernet Franc.
Desta vez foi a Tesco que escolheu (pelos visto não muito bem) um vinho oriundo de Portugal para vender com a sua marca, e que a ver pela prova do crítico britânico Jamie Goode, o vinho em causa é tudo menos representativo da qualidade dos vinhos que se fazem em Portugal. Neste caso falamos de um Touriga Nacional 2006 produzido pelo produtor DFJ Vinhos.
É óbvio que tal acontecimento não deve nem pode beliscar a imagem de um País produtor como é Portugal, deve sim penalizar apenas e só a imagem da cadeia Tesco pela má escolha que fez, e porventura penalizar o produtor em causa pelo desempenho menos bom do seu vinho.
Pessoalmente não me vejo a ir a uma qualquer superfície comercial em Espanha e comprar um Rioja Carrefour, quase que soa a vinho ''genérico'' tal como o ácido acetilsalicílico.
A questão pode também ela colocar-se noutros modos, qual a qualidade dos vinhos estrangeiros que podemos encontrar nas superfícies comerciais ?
Será que vale a pena apostar por exemplo num Château Rozier Grand Cru Saint-Émilion 2005, comprado nos 3 Mosqueteiros por 12€ ?
Falando um pouco da zona de onde este Rozier nos chega, é um vinho de Bordéus, mais propriamente de Saint-Émilion, onde a classificação é revista de 10 em 10 anos, sendo divididos em duas categorias, premier grand cru classe e grand cru classe.
Este Château Rozier foi fundado no séc 18 por Jean Saby, hoje em dia é gerido pela nona geração da família, os irmãos Jean-Christophe e Jean-Philippe Saby. São 23 ha de vinha com uma idade a rondar os 45 anos, espalhadas por 4 comunas da região, com solos onde predomina o calcário e argila, sendo o resultado final um blend de 90% Merlot e 10% Cabernet Franc.
Château Rozier Grand Cru 2005
Castas: Merlot 90% e Cabernet Franc 10% - Estágio: 12 meses em barrica (50% nova) - 13,5% Vol.
Tonalidade granada escuro de concentração média/alta.
Nariz de boa intensidade, onde surgem de imediato notas a lembrar frutos vermelhos (ameixa, cereja) e bagas, tudo muito fresco a ser acompanhado por um ligeiro aroma floral. Complementa-se com ligeira sensação de café expresso, baunilha e grão de pimenta preta em plano de fundo.
Boca a dar indicação de um vinho que sem ser denso ou muito estruturado, mostra uma boa amplitude. Confirma plenamente a prova de nariz no carácter frutado e na sintonia com a madeira, marcando mais uma vez presença a tosta e o travo apimentado. Conjunto bem balanceado, taninos bem integrados, fresco e a mostrar algum refinamento, em final de boca de persistência média.
Em jeito de conclusão sobre este vinho, poderia aqui discursar com uma daquelas certezas absolutas, tão em moda por outros lados, sobre o perfil de determinada região apenas e só, porque como não quer a coisa até provei umas quantas garrafas em casa de amigos e até achei o vinho semelhante em ligeiros detalhes. Poderia também falar com certezas baseadas naquilo que já li ou ouvi alguém dizer ao meu lado numa qualquer outra prova.
Optei apenas por me limitar a apreciar o vinho e a comentar independentemente da região de onde vem ou dos conhecimentos que tenha sobre a mesma. Penso que não se fica a conhecer (não confundir com ficar com uma vaga ideia de...) uma região nem um perfil da mesma, apenas por se provarem meia dúzia de vinhos. Fazem falta muitos anos e consequentes provas para que tal aconteça. Neste caso é essa falta de conhecimento que não me permite dizer se o vinho é dos melhores ou dos piores dentro da gama onde se enquadra, ou se é um fiel exemplo da appelattion de onde veio ou não.
Como vinho que é, deu prazer durante a sua presença no copo, harmonizou em grande estilo com um lombo de novilho assado com molho de cogumelos, e tendo em conta os 12€ que custou, só posso dizer que foi uma boa surpresa.
15,5
Castas: Merlot 90% e Cabernet Franc 10% - Estágio: 12 meses em barrica (50% nova) - 13,5% Vol.
Tonalidade granada escuro de concentração média/alta.
Nariz de boa intensidade, onde surgem de imediato notas a lembrar frutos vermelhos (ameixa, cereja) e bagas, tudo muito fresco a ser acompanhado por um ligeiro aroma floral. Complementa-se com ligeira sensação de café expresso, baunilha e grão de pimenta preta em plano de fundo.
Boca a dar indicação de um vinho que sem ser denso ou muito estruturado, mostra uma boa amplitude. Confirma plenamente a prova de nariz no carácter frutado e na sintonia com a madeira, marcando mais uma vez presença a tosta e o travo apimentado. Conjunto bem balanceado, taninos bem integrados, fresco e a mostrar algum refinamento, em final de boca de persistência média.
Em jeito de conclusão sobre este vinho, poderia aqui discursar com uma daquelas certezas absolutas, tão em moda por outros lados, sobre o perfil de determinada região apenas e só, porque como não quer a coisa até provei umas quantas garrafas em casa de amigos e até achei o vinho semelhante em ligeiros detalhes. Poderia também falar com certezas baseadas naquilo que já li ou ouvi alguém dizer ao meu lado numa qualquer outra prova.
Optei apenas por me limitar a apreciar o vinho e a comentar independentemente da região de onde vem ou dos conhecimentos que tenha sobre a mesma. Penso que não se fica a conhecer (não confundir com ficar com uma vaga ideia de...) uma região nem um perfil da mesma, apenas por se provarem meia dúzia de vinhos. Fazem falta muitos anos e consequentes provas para que tal aconteça. Neste caso é essa falta de conhecimento que não me permite dizer se o vinho é dos melhores ou dos piores dentro da gama onde se enquadra, ou se é um fiel exemplo da appelattion de onde veio ou não.
Como vinho que é, deu prazer durante a sua presença no copo, harmonizou em grande estilo com um lombo de novilho assado com molho de cogumelos, e tendo em conta os 12€ que custou, só posso dizer que foi uma boa surpresa.
15,5
8 comentários:
Essa região sempre foi produtora de bons vinhos. Mas claro que qualquer vinho fica melhor com esse tipo de comidas...
Abraços
tem piada...comprei umas quantas garrafas deste vinho no Tesco em Praga!!! Bom preço + boa colheita + boa crítica...
É daqueles exemplares que fiquei com vontade de voltar a comprar, mais não seja para guardar e abrir daqui a uns 2 anos para ver a sua evolução.
O RP diz para guardar até 2010..eu ainda não provei..achas o capaz/merecedor desta guarda?
p.s. - belo preço que o arranjaste!!! Eu tive que pagar um bocadinho mais...
Pedro, até 2010 não falta assim tanto, e porque não ?
Notei que o vinho tem caparro suficiente para se aguentar até 2010 sem tonturas ou desmaios.
Na altura que o comprei, tinham mais obviamente, mas com aquele estigma que mete sempre em dúvida o vinho estrangeiro à venda num Super, ainda por mais no InterMarche de Vila Viçosa... foi naquela, do ano disseram maravilhas e de imediato pensei que só por isso já tem alguma qualidade extra, e como vinho não deve ser dos piores visto estar classificado como Grand Cru... resolvi arriscar, e hoje tenho pena de não ter comprado mais 1 ou 2.
Parece que vou ter de lá passar novamente para resgatar outras donzelas perdidas, entre eles um Loupiac docinho docinho...
Eu estou de boca aberta. Porra, será que só o Intermarché aqui do lado não tem coisas interessantes?
Normalmente é a gerência que manda nesse campo, lembro quando era da Feira Raros e Preciosos que alguns vinhos não chegavam a Estremoz (PD que tinha mais perto) porque o gerente ou não os conseguia arranjar ou porque entendia que não interessavam.
Quanto aos 3 Mosqueteiros, o de Vila Viçosa é tipo um local de coisas exóticas, tem alguma variedade e aparecem coisas engraçadas, tipo Moscatel Roxo, Poças Colheita... No campo dos estranjas, também tem aparecido umas coisitas, tenho um Entre deux mers para meter.
Por exemplo, no Inter de Estremoz a selecção de vinhos é amplamente superior, e entre Marques Borba Reserva até Vale de Ancho se arranja... é uma questão de sorte e aposta das gerências.
Abraço
Posso confirmar que já tive gratas surpresas em hiper-mercados no Alentejo...Com boa escolha nacional e internacional!!!
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