João Portugal Ramos licenciou-se em Agronomia pelo Instituto Superior de Agronomia. Estagiou no Centro de Estudos da Estação Vitivinícola Nacional de Dois Portos, após o que iniciou em 1980, no Alentejo, a actividade de enólogo-gerente da Cooperativa da Vidigueira. Sairia passado pouco tempo, passando ainda pela produção de azeite em 1982, ano em que iria ganhar o prémio de Melhor Vinho na Produção, com o tinto Paço dos Infantes 1982.
A partir da experiência acumulada, João Portugal Ramos constituiu a sua primeira empresa Consulvinus no final da referida década com o objectivo de dar resposta às inúmeras solicitações de vários produtores, Tapada do Chaves, Cooperativa de Reguengos, Quinta do Carmo, Cooperativa de Portalegre. A partir de 1989, a Consulvinus alargou a sua actividade para além do Alentejo, chegando ao Ribatejo, Península de Setúbal, Dão, Beiras, Estremadura e Douro.
A partir da experiência acumulada, João Portugal Ramos constituiu a sua primeira empresa Consulvinus no final da referida década com o objectivo de dar resposta às inúmeras solicitações de vários produtores, Tapada do Chaves, Cooperativa de Reguengos, Quinta do Carmo, Cooperativa de Portalegre. A partir de 1989, a Consulvinus alargou a sua actividade para além do Alentejo, chegando ao Ribatejo, Península de Setúbal, Dão, Beiras, Estremadura e Douro.
Em 1990, João Portugal Ramos plantou os primeiros cinco hectares de vinha em Estremoz, onde vive desde 1988, dando início ao seu projecto pessoal. O emblemático Vila Santa nasce em 1991, nos anos que se seguiram o vinho foi elaborado em instalações arrendadas, sendo 1997 o primeiro ano em que foi vinificado nas novas instalações. A construção da adega em Estremoz, no Monte da Caldeira, iniciou-se em 1997, tendo sido ampliada em 2000.
O sucesso e os prémios acumulados pelos "seus" vinhos ao longo da sua carreira valeram-lhe o reconhecimento nacional e internacional como um dos principais responsáveis pela evolução dos vinhos portugueses.
Em prova dois dos vinhos que de certa forma marcaram o percurso de um dos grandes enólogos de Portugal, o Paço dos Infantes 1982 e o Vila Santa 1992.Paço dos Infantes 1982
Castas: n/d - Estágio: n/d - 12,5% Vol.
Tonalidade ruby escuro vivo e limpo com ligeiro toque acastanhado no rebordo.
Nariz onde a fruta que aparece, ainda carrega alguma dose de frescura, a suficiente para dar alguma vivacidade ao vinho. Em perfil de fina complexidade e cheio de bons modos, onde todo o bouquet se enquadra numa moldura de madeira muito fina, com toques de caruma, pimenta, folha de tabaco, com o travo morno do cacau e o suave adocicado da ameixa passa.
Boca a mostrar-se com bom corpo, sedoso na boca, com aquela frescura que não esperávamos encontrar passados 27 anos. Fruta ainda com algum sumo/vigor, especiaria, bombom de ginja, toque de balsamo vegetal em segundo plano. Uma valente surpresa a prova que proporciona, num completo entendimento e mesmo complemento do encontrado na prova de nariz, em final de persistência média.
Não passam despercebidos os 12,5% Vol. com que se apresenta, a mostrarem que são mais que suficientes para que um vinho sobreviva longos anos sem grandes mazelas. É sempre um prazer reencontrar um velho conhecido, talvez dos primeiros vinhos que tive a oportunidade de provar enquanto me iniciava nestas andanças dos vinhos, perdi-lhe o rasto e tornei a encontrar-me com ele. Os sinais da idade estão presentes, como em todos nós, mas o traços gerais pelo qual o conhecia, esses não mudaram.
Vila Santa 1992
Castas: n/d - Estágio: n/d - 13% Vol.
Tonalidade ruby escuro de concentração média com rebordo acastanhado.
Nariz a dizer que por ali o melhor já passou, é caso para dizer que se chegou tarde ao apelo que vinha fazendo faz alguns anos. Ainda que com alguma compostura o vinho mostrou sinais de cansaço, os aromas começam a perder frescura e a ficar predominantemente secos e moribundos, a fruta perde vigor... De tudo isto resulta um conjunto algo baralhado, confuso, com notas de verniz, barro seco, couro, ameixa seca, pimenta, e alguma fruta o suficientemente fresca para se fazer notar. Caindo claramente nos aromas terciários, não será certamente esta a prova que se esperava.
Boca um pouco melhor que no nariz, com leve frescura, pimenta preta, cacau, couro, tabaco. Gostei bem mais da frescura que apresenta, dando uma passagem de boca sedosa e harmoniosa, embora sem grande concentração ou espacialidade. Fino e harmonioso dentro do que a idade, neste caso, o permite.
Nariz onde a fruta que aparece, ainda carrega alguma dose de frescura, a suficiente para dar alguma vivacidade ao vinho. Em perfil de fina complexidade e cheio de bons modos, onde todo o bouquet se enquadra numa moldura de madeira muito fina, com toques de caruma, pimenta, folha de tabaco, com o travo morno do cacau e o suave adocicado da ameixa passa.
Boca a mostrar-se com bom corpo, sedoso na boca, com aquela frescura que não esperávamos encontrar passados 27 anos. Fruta ainda com algum sumo/vigor, especiaria, bombom de ginja, toque de balsamo vegetal em segundo plano. Uma valente surpresa a prova que proporciona, num completo entendimento e mesmo complemento do encontrado na prova de nariz, em final de persistência média.
Não passam despercebidos os 12,5% Vol. com que se apresenta, a mostrarem que são mais que suficientes para que um vinho sobreviva longos anos sem grandes mazelas. É sempre um prazer reencontrar um velho conhecido, talvez dos primeiros vinhos que tive a oportunidade de provar enquanto me iniciava nestas andanças dos vinhos, perdi-lhe o rasto e tornei a encontrar-me com ele. Os sinais da idade estão presentes, como em todos nós, mas o traços gerais pelo qual o conhecia, esses não mudaram.
Vila Santa 1992
Castas: n/d - Estágio: n/d - 13% Vol.
Tonalidade ruby escuro de concentração média com rebordo acastanhado.
Nariz a dizer que por ali o melhor já passou, é caso para dizer que se chegou tarde ao apelo que vinha fazendo faz alguns anos. Ainda que com alguma compostura o vinho mostrou sinais de cansaço, os aromas começam a perder frescura e a ficar predominantemente secos e moribundos, a fruta perde vigor... De tudo isto resulta um conjunto algo baralhado, confuso, com notas de verniz, barro seco, couro, ameixa seca, pimenta, e alguma fruta o suficientemente fresca para se fazer notar. Caindo claramente nos aromas terciários, não será certamente esta a prova que se esperava.
Boca um pouco melhor que no nariz, com leve frescura, pimenta preta, cacau, couro, tabaco. Gostei bem mais da frescura que apresenta, dando uma passagem de boca sedosa e harmoniosa, embora sem grande concentração ou espacialidade. Fino e harmonioso dentro do que a idade, neste caso, o permite.
Será que a garrafa não estava nas melhores condições ? Ao que respondo após recente prova que o vinho se mostrou bem melhor. No entanto seria um vinho de segunda colheita, a primeira terá sido em 1991.
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