Revolvendo caixas num armazém, encontram-se por vezes vinhos que em desespero nos chamam. É daqueles apelos que não consigo dizer resistir, ainda por mais quando a curiosidade e o risco que gosto de correr quando compro vinhos com alguma idade, é sempre seguido de momentos de emoção durante a sua prova... correndo bem ou mal, mas esse gozo ninguém me tira. Foi com um enorme sorriso que resgatei duas garrafas de Dom Rafael da morte certa ditada pela solidão, a primeira já foi colocada em prova e data de 1996, a segunda é esta e data de 1993. A marca Dom Rafael lançada em 1990, é a segunda marca da Herdade do Mouchão e o seu nome homenageia um dos primeiros proprietários da Herdade, Dom Rafael.
Dom Rafael 1993
Castas: Alicante Bouschet , Trincadeira, Aragonês e Periquita - Estágio: 1 ano barrica de carvalho com mais 6 meses em garrafa. - 12,5% Vol.
Tonalidade granada escuro de concentração mediana com rebordo atijolado.
Nariz já com marcas do desgaste do tempo, a mostrar uma ligeira frescura com balsâmico (eucalipto) suave, a envolver a fruta (framboesa, ameixa, bagas) com alguma fruta passa. Tem toques de vegetal seco, "móvel antigo" , cacau e especiarias (cravinho, pimenta), com ligeiro terroso pelo meio.
Boca a mostrar-se com fruta (framboesa, ameixa, bagas) presente mas sem grandes alaridos, calma e serena, banhada por uma frescura leve e bem agradável, que se junta a bálsamo vegetal, tabaco e alguma especiaria. Surpreendeu pela ligeira vivacidade da fruta e pela frescura que lhe confere ainda alguma genica.
Foi uma boa surpresa, não esperava "tanto" por tão pouco, afinal custou uma ninharia, 3€, e o prazer da descoberta e da prova foram bem superiores. Mostrou-se melhor que o 1996, apesar de não estar no melhor momento da sua vida, já o teve... Resta portanto ir usufruindo do que resta dele, que a prova está agradável. Destaque para a graduação 12,5% Vol. o que nos dias de hoje é visto como uma miragem nos rótulos, o que por mais que uma vez me leva a questionar se se o tempo quente é exclusivo de agora ? Faz 10 ou 20 anos atrás o tempo era assim tão diferente do que é hoje ? 14 - 85 pts
Castas: Alicante Bouschet , Trincadeira, Aragonês e Periquita - Estágio: 1 ano barrica de carvalho com mais 6 meses em garrafa. - 12,5% Vol.
Tonalidade granada escuro de concentração mediana com rebordo atijolado.
Nariz já com marcas do desgaste do tempo, a mostrar uma ligeira frescura com balsâmico (eucalipto) suave, a envolver a fruta (framboesa, ameixa, bagas) com alguma fruta passa. Tem toques de vegetal seco, "móvel antigo" , cacau e especiarias (cravinho, pimenta), com ligeiro terroso pelo meio.
Boca a mostrar-se com fruta (framboesa, ameixa, bagas) presente mas sem grandes alaridos, calma e serena, banhada por uma frescura leve e bem agradável, que se junta a bálsamo vegetal, tabaco e alguma especiaria. Surpreendeu pela ligeira vivacidade da fruta e pela frescura que lhe confere ainda alguma genica.
Foi uma boa surpresa, não esperava "tanto" por tão pouco, afinal custou uma ninharia, 3€, e o prazer da descoberta e da prova foram bem superiores. Mostrou-se melhor que o 1996, apesar de não estar no melhor momento da sua vida, já o teve... Resta portanto ir usufruindo do que resta dele, que a prova está agradável. Destaque para a graduação 12,5% Vol. o que nos dias de hoje é visto como uma miragem nos rótulos, o que por mais que uma vez me leva a questionar se se o tempo quente é exclusivo de agora ? Faz 10 ou 20 anos atrás o tempo era assim tão diferente do que é hoje ? 14 - 85 pts
5 comentários:
João,
andamos muito revivalistas!!!
É sempre bom ver nos blogs provas a vinhos esquecidos. É mais uma oportunidade de saber o estado de saúde de determinados vinhos.
Força nessa busca por "novidades" antigas!
Abraço
Rui
o álcool foi a força do parker e dos criticos parkerianos...
até pq talvez este vinho, qd foi jovem, estava cheio de aromas verdes q os senhores parker's detestam
Chapim e a ver pelas notas que ainda aqui tenho para colocar , o revivalismo vai continuar durante certo tempo... talvez intercalado com outras notas de prova de vinhos mais "actuais".
O Dom Rafael de hoje não tem nada de semelhante com o inicial, até o lote mudou, e por consequência o perfil ficou mais ao gosto do freguês.
Olá,
Tenho umas garrafas de cartuxa tinto de 99. Acha que este natal é uma boa altura para as abrir? Ou ainda podem ganhar com mais tempo? Sei que é uma questão de dificil resposta mas se possivel gostava de ouvir a sua opinião.
Boas
Melhorar não melhora, pode é refinar e afinar com a passagem do tempo. Chegando a uma altura em que começa a decair e morre.
Pessoalmente abria uma para ver como está de saúde e se a prova for satisfatória era motivo mais que suficiente para fazerem companhia ao Perú.
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