Faço questão de continuar a procurar e a falar de vinhos com identidade marcada, vinhos que teimam em afirmar-se longe de holofotes das prateleiras dos mais cobiçados, daqueles que depois de se beberem nos deixam satisfeitos. O meu encontro com este Aneto em versão Reserva já tinha sido fruto de conversa quando bebi a primeira edição que entrou no mercado, achei na altura que o vinho poderia e deveria melhorar em próximas edições, havia por ali algo que pura e simplesmente não fazia o meu gosto. Passado uns tempos eu e o Aneto Reserva voltámos a encontrar, a prova que deu foi para melhor, servido à descarada sem ser prova cega e mesmo indo de pé atrás ainda com o anterior no pensamento, foi uma autêntica festa o que encontrei e fiz durante todo o tempo que o ia bebendo, copo a copo.
Ora um branco do Douro, 13,5% Vol , em que metade do lote (40% Semillon; 30% Arinto; 20% Viosinho; 10% Gouveio) fermentou em barricas novas e usadas de carvalho francês com posterior agitação das borras, semanalmente, e engarrafado em Maio de 2009 pelo enólogo Francisco Montenegro.
Branco de boa intensidade, bom de complexidade e de frescura, aquela acidez que dá vida e refresca aliada a fruta madura de bela qualidade, antes saudados pelo toque vegetal do mato serrano que habita nas encostas do Douro. As flores, os citrinos, fruta de polpa branca e tropicalidade sentida em conjunto com a baunilha da barrica, apenas um ar da sua graça num conjunto fresco em fundo mineral. Na boca, cheio e com nervo, vai ao encontro do que já se contou, boa intensidade com acidez presente de fio a pavio... bom sinal, forra o palato com sabores frutados, vegetal fresco e no final o tal mineral, dos socalcos Durienses, saboroso, harmonioso e bem fresco. Um vinho com identidade bem marcada, que dá muito prazer a beber e com um preço que ronda os 16€ que o torna uma compra altamente recomendável. 17 - 92 pts
16 junho 2011
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