Copo de 3: Monte da Ravasqueira Vinha das Romãs 2008

07 janeiro 2012

Monte da Ravasqueira Vinha das Romãs 2008

O mundo da prova do vinho é um mundo de subjectividade, simplesmente porque a prova de hoje amanhã pode ser diferente, depende de muita coisa a maneira como abordamos um vinho, a maneira até como respondemos aos colegas de trabalho depois de uma  manhã em que nos bateram no carro ou de uma manhã em que tudo nos correu bem... no vinho a coisa acontece da mesma maneira. Há sempre o gosto que difere, há o tipo de vinho favorito, há quem diga que o saber reconhecer da excelência é uma obrigação de um provador mesmo quando os gostos são pessoais e algo de intransmissível, logo isso do conceito de excelência pode ser para um o que para outro é uma banalidade. No meio disto tudo há sempre aqueles vinhos que uns veneram e dizem maravilhas e outros dizem sim senhor mas não me enche as medidas, ou seja, gostei mas não quero disto lá por casa... e não há mal que venha ao mundo pela sinceridade e honestidade com que se diz, seja o vinho de topo ou não topo, acima de tudo frontalidade e coerência.

Ora o vinho que se segue é um dos exemplos que a mim não me conseguiu colocar um sorriso no rosto, devo ter por esta altura um amigo a dizer "como é que tu não consegues gostar deste vinho", mas a vida é feita destas coisas... haja a capacidade para reconhecer que estou perante um vinho muito bem feito e vem do Monte da Ravasqueira (Arraiolos) e seria o topo de gama até aparecer um tal de MR Premium que veio dar cabo do estrelado ao Vinha das Romãs. Este aqui falado é feito apenas de uma vinha, a tal das Romãs e o preço que pedem por ele torna-o bem acessível e não magoa ninguém se disser que custa menos de 20€, o resto é o comportamento de um blend de Touriga Nacional, Syrah, Touriga Franca e Alicante Bouschet com o respectivo banho em barrica e posterior estágio. A destacar-se mais uma vez a boa simbiose entre a fruta vermelha, algum floral e a madeira, mais destaque pela parte da fruta com elegância e frescura, todo ele com boa complexidade, certinho e comedido, sempre bastante harmonia. Boca com ligeira secura e fruta de morder, gulosa, de passagem prazenteira e macia a dar uma bela prova desde já, mediana espacialidade com presença de uma especiaria a lembrar pimenta preta fresca e apontamento mineral de fundo, persistência final média.
Agora vem a parte confusa, reconhecendo que o dito cujo está muito bem feito e se bebe muito bem, dito isto a nota é de acordo com o que o vinho vale, apesar de não ser daqueles vinhos que gostaria de ter na garrafeira... confuso ? Talvez, mas nada como provar e dar a opinião... 91 pts

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