Este foi um dos brancos que preencheu quase toda uma noite plena de bicheza do mar, porque eram muitos convivas, porque não se queria algo muito pretensioso e capaz de agrado fácil aos palatos mais esquisitos, porque apetecia um vinho de grande relação preço/qualidade para se poder comprar umas caixas e ir abrindo noite fora. Esta conversa tinha sentido na altura da passagem de ano em que acabou por ser o meu primeiro vinho de 2011 provado, mas terá ainda mais sentido neste momento. Numa altura em que se procuram aromas e sabores da Primavera, falo de um vinho para ir bebendo e conversando com os amigos na maior das calmas, esparrachado na esplanada ou no terraço. O blend que este vinho produzido na região dos Vinhos Verdes debita é na maioria dos casos uma escolha perfumada e ao mesmo tempo refrescante, falo da dupla maravilha qual Antão Vaz e Arinto no Alentejo, aqui reinante com Alvarinho e Trajadura. É nas Quintas de Melgaço que nasce, preço a rondar os 3€ e pico, pouco grau alcoólico e fácil de encontrar em grandes superfícies.
É um branco fresco, direto, que se mostra bem composto e bonito, que cheira bem, torna-se refrescante, jovial, frutado com aromas a fazer lembrar fruta bem madura e sumarenta, citrinos, polpa branca, tropical, com destaque para a Alvarinho que se encontra em maioria no lote. Tem por lá um toque mineral num perfil delicado e cheio de energia, com a boca a corresponder com fruta madura, o toque mineral com leve pico verde (também o mostra no nariz) é aqui mais presente embora a presença em boca o torne ligeiro, não vale a pena pedir milagres. Suave persistência num vinho que se bebe com prazer sem saturar, muito vocacionado para a mesa, seja em modo aperitivo seja em modo companheiro de bicheza do mar, em formato peixe ou marisco, na grelha ou em salada que pode ser adornada por fruta.
Mais uma vez volto a falar de um vinho produzido na Região dos Vinhos Verdes, novamente no copo um exemplar sem tiques estranhos e fiel às suas origens, o preço torna-o ainda mais apetecível, podem dizer que não será dos melhores exemplares onde este dueto Alvarinho/Trajadura se apresentam, mas sem dúvida que não perde o interesse e qualidade que tem. A beber... 87 pts
1 comentário:
aconselho vivamente !
subscrevo o que foi dito anteriormente:
"vinho produzido na Região dos Vinhos Verdes, novamente no copo um exemplar sem tiques estranhos e fiel às suas origens, o preço torna-o ainda mais apetecível, podem dizer que não será dos melhores exemplares onde este dueto Alvarinho/Trajadura se apresentam, mas sem dúvida que não perde o interesse e qualidade que tem."
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