Se algo define a magistral arte que é o vinho de Jerez, o nirvana é atingido no Palo Cortado. Se fosse possível definir ou condensar toda aquela magia, todo aquele saber secular, é na genialidade de um Palo Cortado que eu o tentaria fazer. Este vinho vive no limbo entre o Amontillado e o Oloroso, numa fina e misteriosa linha, e é sem dúvida alguma o mais complicado estilo de vinho para se ser explicado, a sua classificação envolve um saber que passa de geração em geração, o que para uns poderia ser para outros não é, varia de adega para adega, quase que poderei afirmar que varia de família para família. Um vinho muito singular, cuja prova não deixa ninguém indiferente. Volto novamente aos Sanchez Romate para falar do Palo Cortado Regente, um vinho Reserva Especial que passou mais de 15 anos em bota e cuja prova conquista pela fantástica finesse, complexidade e elegância de nariz com boa intensidade e expressão, profundo, triviais frutos secos, verniz, aqui alguma passa branca, baunilha, toque fumado. Um nariz que recorda por momentos um Amontillado embora de perfil mais fino e mais macio. Na boca complementa-se muito bem, mais cheio, com bom volume, seco, fruta passa, fruto seco, frescura, finura e presença, muito boa definição, final com sensação de ervas aromáticas, rosmaninho, tomilho, tudo muito suave e com um final de belíssima persistência. Ligações pecaminosas com guisados ou até mesmo com um bom queijo curado velho. Mesmo sendo este aquele que durante a prova que organizei mais se destacou entre os presentes, pessoalmente o meu eleito foi o Amontillado, gosto pessoal a trabalhar. 94pts
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
2 comentários:
Boa tarde, fiquei mutio curioso com a crítica que faz a este vinho, será que pode dizer onde se encontrá-lo por cá (Lx)? Parabéns pelo excelente blog! Paulo Dias.
O vinho em questão foi comprado em Espanha, mas por Lisboa o melhor mesmo é tentar no ElCorteIngles.
Obrigado e volte sempre.
Enviar um comentário