Não é a primeira vez que um vinho sob o nome Jiménez-Landi aqui aparece, será sim a primeira vez que surge não como o projecto familiar mas como o projecto pessoal de Daniel Gómez Jiménez-Landi. A filosofia seguida é a mesma, domina a Garnacha de vinhedos velhos em parcelas muito especiais como a do Cantos del Diablo (mais de 60 anos) localizada em solos graníticos a 900 metros de altitude em El Real de San Vicente (Serra de Gredos). A intervenção como vem sendo costume é minimalista, pisa a pé, 100% engaço, nada de bombas e as leveduras são autóctones, sulfuroso o mínimo necessário, sem filtrar e apenas se utilizam grandes volumetrias para estágio (500-3000 litros) de forma a respeitar ao máximo o local que lhes deu origem. No final o resultado são 2500 garrafas com preço a rondar os 40€.
Destaca-se pela tonalidade mais aberta, tipo Borgonha, pelo que fica longe das concentrações excessivas que nos assombram os copos. Conquista pelo nariz no imediato, limpo, exuberante com enorme frescura e elegância mas a sentir-se força e coesão do conjunto. Rica complexidade com fruta vermelha madura, bergamota, floral, ervas de cheiro, pimenta preta, fundo mineral num conjunto muito novo e com tanto para dar. Riqueza de boca, sente-se aquela frescura vegetal muito limpo do engaço, gosto, mineralidade em fundo, profundo e bastante fresco, muito coeso com palato a ser bem vincado durante a passagem. A somar a tudo isto a elegância geral do conjunto, a vontade que dá em continuar a beber mais um e outro copo, até que acaba.Terá uma grata vida pela frente, mas resistir-lhe é tão complicado. 94 pts
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