Com toda a certeza será dos vinhos do Alentejo que mais história carrega sendo por direito próprio durante largas décadas o máximo representante da zona onde nasce, Reguengos de Monsaraz. O nome continua o mesmo, José de Sousa, na altura o chamado Tinto Velho feito à moda antiga ou direi sem direito a adegas e laboratórios de topo, era e é vinho feito em talha de barro que foi perdurando durante o tempo, entusiasmando e deliciando todos aqueles que o bebiam, até que nos anos 80 mudou de mãos e a vontade de perdurar o legado o salvou da extinção certa. Hoje é da responsabilidade da José Maria da Fonseca, chega hoje à nossa mesa como Mayor, aquele que já foi Garrafeira e antes Tinto Velho, a homenagem a um nome grande da história do vinho em Portugal e um verdadeiro Clássico.
De um lote que qualquer dia ainda é apelidado de inovador, Grand Noir, Trincadeira e Aragonez chega este 2009 já muito pronto a beber, o tempo de espera fez-lhe bem, ainda que mostre uma ligeira austeridade no final de boca que lhe permite mais alguns anos de esquecimento na garrafeira. Todo ele maduro e fresco, envolvente com notas de tabaco seco com ligeiro terroso/barro, fruta fresca (morango, ameixa, bergamota) e gulosa, leve balsâmico em conjunto de requintada complexidade. Boca a mostrar muito boa estrutura, vigor, vinho sério com a fruta a marcar presença, passagem macia pelo palato em final especiado/terroso com boa frescura. Acompanhou com grande mestria um Assado de Borrego. 93 pts
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