Copo de 3: Minho
Mostrar mensagens com a etiqueta Minho. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Minho. Mostrar todas as mensagens

13 março 2009

Covela Colheita Seleccionada branco 2005

Depois de já termos aqui falado do Covela Escolha, um branco de admirável pureza e frescura, é tempo de colocar no copo o Covela branco que teve passagem por madeira, o Colheita Seleccionada.
Muito sucintamente poderei dizer que vejo como este vinho em prova como a versão Outono/Inverno, mais contemplativo, bem mais sereno e a mostrar alguma frescura, com frutos secos e tosta, um ambiente mais acolhedor a quem se aproxima, enquanto que e o Escolha o encaro como a versão Primavera/Verão, muito mais extrovertido, fresco, belíssima dinâmica quer em nariz quer em boca, enérgico e arejado. São dois estilos cheios de classe e que apelam ao convívio de copos entre amigos.
Este 2005 aqui em prova mostrou-se um pouquinho introvertido no que respeita ao diálogo com a fruta, pelo que a não ser por esse ''pequeno'' detalhe a nota seria um pouco melhor.

Covela Colheita Seleccionada branco 2005
Castas: Avesso e Chardonnay - Estágio: Fermentação parcialmente feita em barricas, assim como estágio de 6 meses, com “batonnage” -13,5% Vol.

Tonalidade amarelo citrino de nuance dourada.

Nariz onde se sente de imediato a discreta presença de madeira onde estagiou. De qualquer forma é baseado na presença da fruta (citrino, tropical) ainda com frescura, que o vinho mais se mostra. Intensidade um pouco mais contida neste Colheita Seleccionada, a mostrar um perfil mais redondo e com ligeira untuosidade, fruto seco, fruta cristalizada e algum que outro toque petrolado.

Boca que junta a frescura desafiante com um conjunto que se sente redondo e muito harmonioso, a fruta marca aqui igual posição à tomada na prova de nariz, acompanhada de perto com fruto seco e leve tosta. A mineralidade aparece meio difusa entre a complexidade que sem ser grande, confere uma prova rica em detalhes, num final de boca com persistência mediana.

A madeira apesar de se mostrar suave, tirou-lhe parte da frescura e vivacidade que são por demais evidentes no Covela Escolha, apresentando-se como um vinho mais redondo, mais gordo e mais dengoso. Não o deixaria evoluir muito mais em garrafa, enquanto que o que apenas vê inox se adequa muito bem com marisco ou um peixe grelhado, este Colheita Seleccionada é um grande amigo de peixe no forno, com molhos onde a nata marca presença, como foi o caso.
15,5

10 março 2009

Covela Escolha 2006

Desde o séc.XVI que, no vale do Douro, no limite da "zona granítica" (região dos V. Verdes) e na fronteira com a região dos Vinhos do Porto, se situa a Quinta de Covela: belo anfiteatro exposto a sul, a baixa altitude e sobranceiro ao rio Douro. Tem um pé em S.Tomé de Covelas e outro em Santa Cruz do Douro (Tormes), lindíssimas freguesias deste "Baixo Douro" (in "O DOURO ILLUSTRADO", Visconde de Villa Maior, 1876).

Esta é possívelmente uma boa forma de apresentar a Quinta da Covela, comprada à Ramos Pinto pelo seu actual proprietário, Nuno Araújo.

A Quinta da Covela é composta por 34 ha, dos quais 19 ha são de vinha, envoltos por um micro-clima muito específico, rodeado de sobreiros e medronheiros, e assentes num solo franco-arenoso granítico, com afloramentos argilosos. Mais uma vez a natureza calcária a ser ''mãe'' de bons filhos. As castas que podemos encontrar vão desde a Touriga Nacional, Cabernet Franc, Cabernet Sauvignon, Merlot Noir e Sirah, nas tintas. E Avesso, Chardonnay, Chenin, Gewuerztraminer, Semillon e Viognier, nas brancas. De todas estas, a Avesso e a Touriga Nacional foram escolhidas como "traves-mestra" para os vinhos brancos e tintos. O objectivo de Nuno Araújo é:

«Produzir vinhos que tenham uma correcta expressão do terroir, sendo totalmente livres de químicos de síntese e assim privilegiando a protecção do ambiente, dos trabalhadores da Quinta e dos consumidores»

Desde o início, praticou-se na Quinta uma viticultura em regime de Protecção Integrada, posteriormente convertida para Agricultura Biológica (certificada ECOCERT); actualmente encontra-se em conversão para Bio-dinâmica. É fundador da Independent Winegrowers´Association, IWA e tem o mérito de ser o primeiro produtor português a ser aceite no prestigiado grupo ''Renaissance des Appellations'', liderado pelo guru da bio-dinâmica, Nicolas Joly.

Em 1992 foi engarrafado o primeiro branco Regional Rios do Minho, com marca Campo Novo (alterada para Quinta de Covela em 1994) e em 1994, engarrafado o primeiro COVELA tinto. Em prova o branco Covela Escolha 2006:

Covela Escolha 2006
Castas: Avesso, Chardonnay, Gewuerztraminer - Estágio: cubas de aço inoxidável - 13,5% Vol.

Tonalidade amarelo citrino de ligeiro retoque dourado.

Nariz muito limpo de aromas, mostra uma grande pureza na fruta madura e sumarenta (citrinos, tropical, melão, alperce) com muita qualidade e expressividade, ao lado de um bouquet floral (malmequer, rosas) pequeno mas bem composto. Sente-se um conjunto fresco, besuntado ao de leve com fina geleia, num predomínio mineral de segundo plano.

Boca que se apresenta ao nível da prova de nariz, complementa-se, a fruta marca mais uma vez grande presença num conjunto com acidez revigorante, sabores limpos e frescos, onde a mineralidade marca boa presença. Harmonioso, redondo e de boa espacialidade, passagem viva em final de bela persistência, seco e de nuance ligeiramente vegetal fresco/mineral.

Foi a última garrafa que tinha deste 2006, no mercado já se encontra o Escolha 2007 e vontade não me falta para comprar umas garrafas. É um branco refrescante, com plena harmonia entre mineralidade e fruta, e um grande companheiro para a mesa. Já foi provado em Magnum com excelente companhia de amigos e umas belíssimas ameijoas, o resultado é sempre de aplaudir. Um dos grandes brancos nacionais sem qualquer margem de dúvida e que passa muitas vezes despercebido sem o merecer.
16,5
 
Powered By Blogger Creative Commons License
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-Noncommercial-No Derivative Works 2.5 Portugal License.