Copo de 3: Domaine Zind Humbrecht Tokay-Pinot Gris Heimbourg Vendange Tardive 1994

14 novembro 2007

Domaine Zind Humbrecht Tokay-Pinot Gris Heimbourg Vendange Tardive 1994

E para terminar este pequeno passeio por terras de França, damos um salto pela Alsácia, onde dominam as castas Sylvaner, Pinot Blanc, Riesling, Muscat d´Alsace, Pinot Gris, Gewurztraminer e Pinot Noir.
Nesta famosa região temos 3 tipos de vinho, o Appelation Alsace Contrôlée que é o vinho base da região e pode incluir todas as castas da zona. Temos depois o Appellation Alsace Grand Cru Contrôlée onde apenas 4 castas ditas 'nobres' fazem parte (Riesling, Muscat, Tokay Pinot Gris e Gewurztraminer), e ainda temos o Appellation Crémant d'Alsace Contôlée. Os vinhos desta região contam ainda com 2 menções complementares, Sélection de Grains Nobles feito a partir de (Riesling, Muscat, Tokay Pinot Gris et Gewurztraminer) atacados por "botrytis cinerea", e ainda a menção Vendanges Tardives (Riesling, Muscat, Tokay Pinot Gris et Gewurztraminer).
Como nota extra convém dizer que Pinot Gris é nome de casta e tokay-pinot gris é nome de vinho, e segundo nova lei a partir de 2007 a menção Tokay foi interdita nestes vinhos.
O vinho em prova é proveniente do Domaine Zind Humbrecht, um dos melhores Domaines da Alsácia, fundado em 1959 conta com 40ha de vinha, distribuida entre Grand Cru a vinhas isoladas que dão o seu nome ao vinho.
Neste caso temos um vinho produzido a partir de uma vinha específica de 4ha (Heimbourg) com uvas Pinot Gris colhidas tardiamente.

Domaine Zind Humbrecht Tokay-Pinot Gris Heimbourg Vendange Tardive 1994
Castas: Pinot Gris - 13,5% Vol.

Tonalidade dourado que lembra latão, bonito e glicérico.
Nariz fresco e cativante, belíssima complexidade e concentração aromática, floral em conjunto com fruta muito presente (citrinos, pêra, pêssego) com presença de alguma calda a dar sensação adocicada, que apesar de presente se mostra com muita elegância. Casca de laranja e limão, canela e cravinho com uma sensação de chá(infusão) com fundo ligeiro mineral e petrolado. Tudo isto em grande ensemblage permite desfrutar de um conjunto de enorme elegância e profundidade.
Boca de entrada muito composta, estrutura de grande arquitectura, preenche a boca no seu todo, guloso, acidez presente a dar uma bela frescura durante toda a passagem de boca. Mostra mais uma vez equilíbrio dos seus componentes, tudo muito bem perfilado e polido, onde tem de estar está. Notas de flores, chá, mineral, fruta passa com alguma calda e um final, se é que o tem, digno dos maiores elogios. No palato ainda se dá a mostrar um toque de frutos torrados com petrolado.

Um vinho claramente de nível mundial, já mostra sinais da passagem do tempo durante a prova, mostra que já teve mais força e mais dinâmica no seu conjunto, são já 13 anos que passaram por ele, apesar de tudo ainda irradia encantos e prazeres. São vinhos assim, partilhados entre amigos, que nos fazem lembrar por que é bom viver.
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3 comentários:

Anónimo disse...

Épa assim a inveja aumenta:)
Faz favor de continuar...

Abracos
Pedro Guimaraes

João de Carvalho disse...

A próxima paragem é Priorato.

João Barbosa disse...

Desconhecia que em França, concretamente na Alsácia, continuavam a chamar Tokay aos seus colheitas tardias...
O que não diriam os franceses se os húngaros ou os eslovacos chamassem Champanhe aos seus espumantes...

 
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