Copo de 3: Azamor Petit Verdot 2005

09 julho 2008

Azamor Petit Verdot 2005

A casta Petit Verdot teve a sua origem na margem esquerda do rio Garonne, no Sudoeste de França e já vem mencionada em documentos datados do séc. XVIII, sendo uma das 6 variedades aprovados para a elaboração de vinho na região de Bordéus.
Em Portugal os vinhos extreme de Petit Verdot contam-se pelos dedos de uma mão, a lembrar uma referência proveniente das Beiras, outra do Ribatejo e uma no Alentejo.
Já aqui se tinha dado merecido destaque ao aparecimento no Alentejo, do produtor dos vinhos Azamor, onde na primeira colheita (2004) despontou um Petit Verdot de bela estirpe.
Recentemente foram lançados para o mercado as novidades deste produtor alentejano, onde consta a nova colheita do extreme de Petit Verdot, desta vez da colheita de 2005.

Azamor Petit Verdot 2005
Castas: 100% Petit Verdot - Estágio: 12 meses barricas novas carvalho francês - 14,5% Vol.

Tonalidade ruby escuro de concentração alta.

Nariz a despontar com boa intensidade do seu conjunto, sente-se um vinho de corpo compacto, coeso e de ligeira austeridade química mal entra no copo. De imediato surgem notas de fruto negro (cereja) bem maduro, mergulhado em brisa fresca com geleia pelo meio, e algum vegetal seco a recordar um ramo de ervas de cheiro. O equilíbrio e complexidade são fornecidos pela passagem em madeira, resultante um belo bouquet onde as especiarias (pimenta verde), tosta muito suave, caramelo, marcam a sua presença sem nunca desafinarem. Harmonioso no seu todo, acaba em fundo mineral com algum balsâmico.

Boca com entrada bem estruturada, corpo médio com presença de fruta madura com compota e uma bela acidez que dá uma bela frescura ao vinho. Tudo muito bem delineado, principio, meio e fim, marcando posição os torrados, canela e alguns taninos ainda por domar. Evidenciando um equilíbrio e harmonia bem patentes, apresenta ligeira austeridade que se resolve com mais algum tempo de guarda. Mostra novamente um lado mineral em fundo com prolongamento balsâmico, em persistência média/alta.

É um vinho com mais corpo e estrutura que a versão de 2004, apesar da ligeira austeridade que apresenta, é um vinho que dá uma belíssima prova. Tem grande elegância no seu todo, para beber agora ou daqui a uns anos. Fazendo um pequeno reparo em questão à nota atribuida ,fica meio valor abaixo da versão 2004, apenas e só porque considerei o vinho de 2004 mais sensual e capaz de despertar mais e melhores emoções, enquanto este 2005 se notou um vinho mais sério e ainda um pouco contido, o que não implica que em futura prova a nota a atribuir venha a ser outra.
16,5

7 comentários:

NOG disse...

Também aprecio muito este vinho. O corpo ligeiro é enganador, pois o vinho é bastante complexo.

Abraço,

Nuno

João de Carvalho disse...

Amigo Nuno

Penso que este vinho se mostre no seu esplendor lá para alturas do Natal.
Pessoalmente e como referi no texto, gosto bem mais do 2004, que não estando tão pujante e coeso, consegue ser mais sensual e harmonioso.

Abraço

Anónimo disse...

Caro João,
provei este Petit Verdot na ViniPortugal e agradou-me, com um estilo bem elegante e equilibrado não muito comum nos vinhos do nosso Alentejo. Foi uma prova que deu bastante prazer, a repetir!

Abraço
J.T.

Jose Tomaz Mello Breyner disse...

João Pedro

Sei que a Casa Lima Mayer se prepara também para lançar no mercado um Petit Verdot. Deverá sair em Outubro. A ver o que irá sair, mas penso que sairá coisa afinada.

Um abraço

Zé Tomaz

João de Carvalho disse...

Pelos bons exemplos que encontrei tanto no Subsídio como no Lima Mayer, o sucesso estará garantido.

Abílio Neto disse...

Caro,

Gosto do vinho e disse-o logo aos produtores quando o bebi pela 1ª vez. Complexo e bem feito o suficiente. Isso foi o 2004. O 2005 ainda não bebi.

João Pedro, em Lx onde se encontra...?

Abr.,

An

João de Carvalho disse...

Tenta no El Corte Inglês ou nas Coisas do Arco do Vinho. O preço deve ter subido em relação ao 2004, e o número de garrafas na Europa ficou reduzido, pelo que arriscamos a não encontrar tão facilmente ou mesmo a estar esgotado.

 
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