Há mais de 130 anos que se produz vinho na Quinta do Carmo ou Quinta Dona Maria (Estremoz), que segundo conta a história o Rei D.João V, em meados do séc. XVIII ofereceu esta casa a uma cortesã (Dona Maria) por quem estava perdido de amores, mas somente a partir de 1988 é que o seu actual proprietário, Júlio Tassara Bastos, começa a comercialização a nível nacional e internacional dos vinhos Quinta do Carmo Garrafeira 1985, 1986 e 1987, reconhecidos pela sua grande qualidade. Em 1992, Júlio Bastos, pretendendo assegurar o seu crescimento e ao mesmo tempo o escoamento da produção, vende 50% da Sociedade Agrícola Quinta do Carmo a Domaines Barons de Rothschild (Lafite). É nessa altura que a antiga adega pára de funcionar e a sede é transferida da Quinta de Dona Maria ou Quinta do Carmo para a herdade das Carvalhas, propriedade que a partir dessa data passou a pertencer a essa empresa e onde se construiu uma nova adega.
Nunca tendo deixado de pensar em voltar a fazer o seu próprio vinho, foi na entrada do novo milénio que aparece essa oportunidade. Júlio Bastos decide então vender a sua participação na Sociedades Agrícola Quinta do Carmo, recomeçando um novo projecto.
A adega da Quinta é restaurada e ampliada dotando-a das melhores e mais modernas tecnologias, mas ao mesmo tempo mantendo os famosos lagares em mármore (ver foto), onde se continua a fazer a vinificação de grande parte dos vinhos usando a tradicional pisa das uvas.
Além da reconversão da adega, Júlio Bastos adquire em 2001 a propriedade que ele acha a mais adequada para plantação de novas vinhas e em 2002 compra uma vinha com mais de 40 anos que faz extrema com a propriedade já adquirida. Essa vinha tem a particularidade de manter praticamente as mesmas características, tanto de solos como de castas, daquela que outrora produzia as uvas utilizadas na vinificação dos antigos Quinta do Carmo “Garrafeira”.
(texto retirado do site do produtor)
Castas: Alicante Bouschet (50%), Aragonês, Syrah e Cabernet Sauvignon - Estágio: barricas novas de carvalho francês durante um ano - 14,5% Vol.
Tonalidade granada escuro de boa concentração.
Nariz inicial a mostrar um ligeiro toque químico a recordar tinta da china, é com algum tempo que o conjunto se amanha, dando lugar a uma tosta bem colocada ao lado de uma mão cheia de frutos silvestres e ameixa preta de grande qualidade e bem madura. Surgem notas de chocolate preto, moka, componente vegetal com ervas de cheiro (tomilho, alecrim) e especiaria doce (cravinho) alguma baunilha, tudo bem interligado e em plena harmonia, num conjunto coeso e ao mesmo tempo elegante, com fundo forrado por ligeiro balsâmico.
Boca a revelar um vinho de nobre estrutura, elegante e com bela espacialidade, mostra com 4 anos que está afinado, com certo polimento, e a dar prazer durante a prova, mas a dar indicações de que não vira cara a mais algum tempo deitado. A fruta surge madura e com alguma compota, marcando presença em companhia de tosta, chocolate preto, alguma especiaria e toque balsâmico de fundo com algum mineral, em final de boa persistência.
Um vinho que tal como a anterior colheita, tem vindo a evoluir nobremente desde que foi colocado no mercado. À segunda edição é já um valor bastante seguro no que toca a qualidade, preço e respectiva evolução em cave (pelo menos durante os primeiros anos). Um vinho do qual foram produzidas 15.800 garrafas a um preço que ronda os 30€.
17,5
1 comentário:
Tive o prazer, ou melhor, o privilégio de provar este vinho no II encontro da malta do vinhoacopo, e elegi-o como o vinho da noite. Sim senhor, um vinhão!!!
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