Copo de 3: Quinta das Marias Encruzado 2008 e Quinta das Marias Encruzado Barricas 2008

29 outubro 2009

Quinta das Marias Encruzado 2008 e Quinta das Marias Encruzado Barricas 2008

Depois de já ter provado o Quinta das Marias rosé 2008, coloco agora os Quinta das Marias Encruzado, na versão com e sem barrica, ambos da colheita 2008.
O produtor Peter Viktor Eckert (Quinta das Marias) poucas apresentações necessita pois ocupa lugar de destaque no actual panorama dos vinhos do Dão, com uma gama de vinhos que foi crescendo de forma sustentada no que toca à qualidade. Deveria ser sempre assim ou não ?
São vinhos que mostram no copo, um Dão mais atrevido, menos conservador e mais virado para um consumidor moderno, acostumado a um perfil mais internacional nos vinhos que consome.

Quinta das Marias Encruzado 2008
Castas: Encruzado - Estágio: Inox - 14% Vol.

Tonalidade amarelo citrino de média/baixa intensidade.

Nariz a mostrar um Encruzado de mediana intensidade, direi que o achei algo comedido na forma como se mostrou. É sim um vinho com a sua dose de elegância e frescura, centrado em aromas de fruta (limão, toranja, pêra, melão), flores e travo vegetal fresco. No final surgem toques de especiaria que lembram pimenta e algum resinoso, num conjunto fresco e coeso.

Boca de entrada fresca e bem estruturada, com a fruta ao nível do nariz, aliada a uma acidez que suporta todo o vinho. Mediano na espacialidade, equilibra a meio palato para quebrar ligeiramente no final. O peso do álcool não se faz notar devido a uma acidez suficiente para tal. De resto é um vinho fresco e frutado, com final de mediana persistência.

Após terminar a prova deste vinho a pergunta que se tem a fazer é, será que os 14% Vol. eram mesmo necessários ? De resto o vinho mostra-se apetecível, com preço a rondar os 10€ em garrafeira. A produção é pequena, 3200 garrafas. 16 - 90 pts

Quinta das Marias Encruzado - Fermentação em Barricas 2008
Castas: Encruzado - Estágio: 6 meses em barricas novas carvalho francês - 13,5% Vol.

Tonalidade amarelo citrino de média intensidade.

Nariz a revelar de início (ainda que de forma não muito acentuada) a madeira por onde passou, tudo a ritmo lento e sem pressas, harmonioso e sem mostrar grande expressividade. Presença de fruta fresca de qualidade, cabaz de citrinos com algum pêssego e fruta branca, toque herbáceo pelo meio com fundo especiado (pimenta).

Boca com bom corpo, peso médio, frescura e boa intensidade, fruta presente ao nível do encontrado na prova de nariz, toque especiado (pimenta branca), vegetal fresco e a envolvência que lhe dá a barrica, sensação de leve cremosidade. Não é um vinho que encha por completo a boca, é um pouco comedido a preencher os espaços, embora seja todo ele harmonioso e prazenteiro, em final de boca de boa persistência.

É um vinho de garagem dada a pequena produção de 1800 garrafas, cabendo a esta o nº1510. Melhorou desde a primeira prova a quando do seu lançamento, mantendo-se nesta colheita a qualidade que já nos tinha sido apresentada na primeira colheita. O preço ronda os 15€, num vinho que mostra que a casta Encruzado se dá bem tanto em Inox como em Madeira, sendo que neste caso se assiste a uma piscadela ao novo Dão, ou direi algo mais internacional. 16,5 - 91 pts

2 comentários:

Anónimo disse...

Eu sempre que provo vinhos desse produtor, o alcool é sempre evidente. Não entendo qual a razão, será muito dificil vindimar mais cedo? É que no rosé acontece o mesmo. Mas antes não era assim, os vinhos eram muito mais leves e agradáveis... Estou a pensar seriamente a colocar de lado estes vinhos...

E você disse bem..."será que os 14% eram mesmo necessários?"...

Boa Tarde.

Anónimo disse...

São coisas à Suiço!

 
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