Copo de 3: Clan Charco Las Animas Rosado 2009

13 abril 2010

Clan Charco Las Animas Rosado 2009

Depois de já ter falado aqui sobre este vinho, o Clan Charco Las Animas Rosado, para os amigos mais conhecido como o Clan Rosado, chega a vez da colheita de 2009.
Neste caso tudo bem até pegar na garrafa e ver escarrapachados no rótulo os 14% Vol. com que este 2009 se apresentou, é logo um motivo mais que óbvio para me deixar de pé atrás, é que se há coisa que aprecio num vinho rosé, ou rosado, é que se apresente com baixo teor alcoólico aliado a uma boa frescura de conjunto e se possível com alguma complexidade. Vejamos então como se portou este rosado de 2009.

Clan Charco Las Animas Rosado 2009
Castas: 100% Prieto Picudo - Estágio: Fermentação com passagem por carvalho francês e inox - 14% Vol.

Tonalidade granada vivo a lembrar sumo de romã.

Nariz com mediana intensidade, ou digamos a cheirar não tanto como o 2008, mais preso, menos exuberância e menos intensidade embora siga o retrato do anterior, com aromas que variam entre o vegetal fresco (rama de tomate, esteva) com fruta vermelha (groselha, framboesa, cereja) bem madura e limpa, algum rebuçado de morango. Ramalhete a mostrar-se sério e bem composto, frescura e a desenvolver um ligeiro toque fumado devido à passagem por madeira, que não chega nem de perto nem de longe a dar sinais durante a prova do vinho. Se até aqui a nota de prova poderia ser semelhante à anterior, eis que com o aumento de temperatura os 14% se fazem notar, há por ali algo que incomoda que não fica quieto e que distrai para o mau sentido... é o ponto menos bom desta colheita, infelizmente digo eu.

Boca com entrada a mostrar-se fresco, seco e novamente a mostrar que tem polivalência à mesa. Sabe a cereja, framboesa e groselha madura, com um leve apontamento vegetal pelo meio, como se tivéssemos trincado ao mesmo tempo a rama da framboesa. Também aqui o álcool se mostra com vontade de ser o rei da festa, parece aquele árbitro que faz para se destacar num jogo de futebol, quando o seu papel é passar o mais despercebido possível. Tem alguma envolvência, garra, apesar da ligeira goma de fruta vermelha, sabe a vinho e não a doce, que o rosé não é para saber a doce, com o final de boca a mostrar uma bela persistência mesmo com alguma presença dos 14%.

Não gostei tanto deste 2009 como gostei do 2008, penso que a excessiva graduação tirou o encanto que antes lhe tinha notado. Consegue dar algum prazer à mesa, sem dúvida, mas não tanto quanto daria se em vez de 14 tivesse 12 ou mesmo 13. Talvez a culpa tenha sido de um ano mais quente, mas que contraria tudo aquilo que eu espero encontrar num vinho deste tipo, disso não tenho qualquer dúvida. 15 - 88 pts

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