Estamos a entrar na primavera... é já amanhã, começam a apetecer brancos mais cheirosos e airosos, vinhos que pelos aromas e frescura nos colocam na varanda ou na esplanada em amena cavaqueira com os amigos. Se há um tipo de vinho que nos podemos orgulhar de ter como nosso, como algo com identidade exclusiva é o chamado "Vinho Verde". Enquanto se fazem tintos e brancos noutros lados a imitar por sua vez outros lados, ali na região dos Vinhos Verdes, faz-se vinho genuíno igual a si próprio... não precisa de ir buscar tiques à Borgonha ou a Rueda, não precisa de ir buscar castas a outras regiões para poder brilhar e chamar atenções. Por incrível que pareça, esta poderosa arma de arremesso no mercado internacional é a meu ver muito mal explorada, enquanto muito consumidor procura vinhos com identidade e por autismo passa ao lado desta região vista como menor mas que nos últimos tempos tem sido responsável por alguns dos melhores brancos a nível nacional.
O vinho de que falo é feito na Quinta de Gomariz, um 100% Loureiro que orgulhosamente ostenta algumas medalhas de ouro de por onde tem passado, sinal de reconhecimento de que agradou por onde andou. Não foi caro, pois nem aos 5€ chegou, apesar de esperar encontrar o 2011 no mercado acabei por ficar com o 2010, a casta já me deu mostras de que quando bem trabalhada dá longa vida aos seus vinhos. Neste Gomariz encontrei um vinho com perfil mais moderno e trabalhado para um agradar mais alargado, bem assente na essência da casta nota-se que há um esforço em tornar o vinho o mais agradável possível, mais fruta madura, mais direto, menos pensativo e mais falador, esperava para o meu gosto de encontrar um pouco mais de nervo, de energia, aquele rasgar de mineralidade em fundo que teimou em não surgir, tem boa exuberância com aromas de citrinos (lima, limão), toque de flores brancas e algum vegetal fresco... todo ele afinado e com boa frescura. Na boca leve pico, acidez citrina, fruta que peca um pouco na presença mediana como no final curto onde lhe falta mais energia e profundidade. É um vinho que se acaba por beber com satisfação, bom amigo da mesa e que acompanhou muito bem uns camarões grelhados na chapa. 88 pts
3 comentários:
Não temos tido muito boas experiências com os "medalhados"[ultra]da Qta de Gomariz...este, infelizmente, não fugiu à regra.
Carlos Soares
wineofus.blogspot.com
é pena que cada vez esteja mais gaseificado!
o loureiro tem decaido de ano para ano.
Em gomariz neste momento está a produzir-se um bom alvarinho.
josé lima
Eu pelo sim pelo não guardei uma garrafa para ver como é a evolução neste vinho.
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