Foi a completa desolação após aqueles 5 segundos que me levaram do céu ao inferno, o vinho que tantas boas memórias me faz invocar no pensamento, literalmente morreu, não é mais o mesmo... aquela enxovia que se prostrou no meu copo não podia ser Pêra Manca. Nada ali me fazia recordar o 94, 95, 97 ou mesmo o tremideiro 98. Não chego a entender as razões da mudança, o porquê da mudança, afinal de contas este 2003 é um vinho a preto e branco que por azar encontrei no meu copo naquela fatídica noite, um vinho sem a graça que os anteriores mostravam ter, falta de alma e daquela fantástica solidez de fruta e madeira exótica que nos envolvia o nariz e o a palato, nada ali mostrou ser o que já foi, resulta triste mas apesar da qualidade que tem é apenas igual a tantos outros que ficou cansado, de aroma desgastado pelo tempo e com uma boca mortiça e sem chama, pouca definição ou complexidade e fugaz presença no final... deixou de ser o clássico do Alentejo para ser um mutante travestido de velho clássico. Paz à sua alma...
4 comentários:
"Mataram o Pêra Manca."
É sem dúvida o melhor comentário sobre vinho que li nos últimos meses! Porque é sério, sentido, e acertou na mouche!
Obrigado, pela coragem. Portugal precisa. Há reis que vão mesmo nús...
Rui
nem sei que diga.
entretanto já tivemos mais alguns PM, e ainda não provei nenhum.
resta ser optimista em relação às opções tomadas quanto a esses? ou será ingenuidade minha e esta perfil veio para ficar?
Este novo perfil veio para ficar, se tiver em atenção aos últimos lançamentos. O mesmo se passa no branco, que antes não tinha e agora já tem passagem por madeira.
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