Copo de 3: Contraste tinto 2006

26 maio 2008

Contraste tinto 2006

A enóloga Rita Marques produz vinhos onde acima de tudo, se procura mostrar frescura e fineza do trato, aqui não vamos encontrar o excesso de extracções que tanto anda a marcar muitos dos nossos vinhos actualmente. O somatório da dedicação, empenho e conhecimento desta enóloga, faz com que os seus vinhos sigam uma linha de sucesso, uns atrás dos outros sem que ninguém consiga ficar indiferente à sua qualidade.
Teve a capacidade de chamar a atenção dos consumidores com um Conceito muito especial, talvez a versão branco seja a mais comentada e procurada por parte dos enófilos entusiastas e esclarecidos. A mesma atenção que conseguiu despertar, atinge a plenitude com o Conceito Vintage 2005 onde a finesse e frescura se aliam para resultar num Porto pleno de encantos e recantos onde apetece ficar a pensar por alguns tempos.
São vinhos Durienses, repletos de sensações e de alma limpa que conquistam pela qualidade e diferença que sabem transmitir, pelo reconhecer imediato que se gostou e que se pretende ter mais uns exemplares em casa.
Surge agora no mercado a nova gama de vinhos de nome Contraste, que com o devido mérito e arriscando associar ao significado da palavra, pretende-se distinguir um vinho de outros e do plano de fundo, neste caso da igualdade que se verifica no segmento onde estão inseridos.
É por Contraste que respondem, são a entrada de uma gama muito cuidada e que nesta altura conta com versão branco 2007 e versão tinto 2006 aqui em prova:

Contraste tinto 2006
Castas: Mistura de castas tradicionais - Estágio: 70% em barricas de 3ºano de carvalho francês - 14% Vol.

Tonalidade ruby muito escuro de concentração média/alta.

Nariz que desperta ao primeiro contacto uma enorme sensação de fruta madura de grande qualidade, onde se destaca claramente a presença de cereja e frutos do bosque um pouco mais recatados. Concentração média, com ligeiro toque de geleia e frescura, em segundo plano desenvolve um vegetal (esteva, urze) que brinca com uma pequena dose de austeridade que parece querer-se mostrar, em fundo de ligeira especiaria (cravinho). Muito equilibrado e cordial na maneira como se mostra, não se intimida com a passagem do tempo nem com o aumento de temperatura.

Boca de entrada fresca com corpo de estrutura média, tem ligeira secura presente ao lado da frescura e presença da fruta madura. É um vinho com presença, educado para mostrar e quem bem que mostra, aquilo que tem para dar. Não corramos a ilusão de estar perante um vinho de topo, não o é, mas dá uma prova integra e bastante coesa, companheiro da mesa. Divaga por entre uma ligeira secura vegetal e o refinamento especiado com que se despede, em boa persistência.

É um vinho que se aguenta muito bem com a passagem do tempo no copo, mesmo com a temperatura podendo variar o vinho não mostra sinais de quebra. Transmite a essência da fruta madura, conseguindo transmitir algo mais que um simples vinho não consegue. Provado às cegas não se acanhou perante um Coelho Estufado, um vinho que complementa muito bem a mesa e a conversa. O preço ronda os 8,5€ numa boa garrafeira.
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