As herdades do Monte da Ribeira e da Herdadinha, pertencem à família Leal da Costa, descendente directa do Conde de Ervideira, agricultor de sucesso dos séc. XIX e XX. O Conde, que recebeu o título de D. Carlos I pela função social que a família desempenhava na região, deu início à produção de vinho em 1880 como atestam as garrafas que ainda hoje a empresa exibe, orgulhosamente, na sala de provas da actual adega.
Com 160ha de vinhedos divididos pela Vidigueira (110ha) e por Reguengos (50ha), a administração da Ervideira é assegurada por Dona Maria Isabel, a matriarca da família, e pelos seus seis filhos, sendo Duarte Leal da Costa (na foto) o director executivo.
Até meados do séc. XX a produção foi conduzida pelo avô dos actuais proprietários. O ano de 1950 marcou um interregno da produção de vinhos, tendo as terras sido arrendadas até 1974, altura em que foram expropriadas pela reforma agrária do pós 25 de Abril, voltando às mãos dos seus proprietários em 1986.
Já no ano de 1998, se obtiveram as uvas que deram origem à primeira vinificação própria sob a responsabilidade técnica do enólogo Paulo Laureano.
Castas: 100% Antão Vaz - Estágio: passagem por barricas novas de carvalho Francês com um período de “batonnage” - 14% Vol.
Tonalidade amarelo citrino com leve nuance dourada.
Nariz de boa intensidade, desenvolvendo aromas francos à casta em grande harmonia com os derivados resultantes da passagem por barrica, onde uma ligeira tosta envolve toda a fruta, desde a nuance mais tropical com ananás, até ao toque de melão verde bem maduro e alguns citrinos. O segundo plano é complementado pela presença envolvente de um leve e aconchegante amanteigado com geleia a lembrar o doce de gila.
Boca de entrada fresca, fruta bem presente durante toda a passagem de boca, madeira bem colocada de maneira a complementar e não a ficar com todo o protagonismo. É um vinho bem harmonioso, certa untuosidade, macio, muito bom na passagem de boca, redondo e com boa presença, dá uma prova séria e bem composta, redondo e muito apelativo, com final de boca de persistência média.
É um belíssimo exemplar de Antão Vaz, marca claramente pela harmonia que consegue durante toda a prova. O preço que ronda os 8€ aliado à qualidade patente, faz deste vinho um alvo obrigatório. Com bons prognósticos de evolução para os próximos tempos.
16,5
2 comentários:
É, sem dúvida, um belo branco!
N.
É mais um exemplo que deveria meter a pensar porque se anda atrás de nomes e apenas e só nomes, que custam bem mais, quando em exemplos como este temos uma qualidade fiável ano após ano e um preço muito em conta ?
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