Copo de 3: Vinha Paz Colheita 2000

18 maio 2009

Vinha Paz Colheita 2000

Os vinhos “Vinha Paz” , são produzidos e engarrafados por António Canto Moniz, cuja família se dedica a produzir vinhos no Dão há mais de 150 anos. As uvas são provenientes das vinhas de Leira da Tremoa e da Barra em Silgueiros, Viseu, são vinificadas nas centenárias adegas da Casa da Carreira Alta em Oliveira de Barreiros, também em Viseu.

São vinhas na encosta Norte do Dão com exposição sul nascente numa área respectivamente de 7,5 e 3 ha, onde se podem ver as Vinhas Velhas com mais de 40 anos e Vinhas Novas com 5 anos, recentemente reestruturadas. As castas dominantes são: a Touriga Nacional, Jaen, Alfrocheiro Preto e Tinta Roriz.

A vinificação é feita há já cinco gerações na adega da Casa da Carreira Alta onde ainda se utilizam os lagares centenários de granito e a tradicional pisa a pé. São elaborados dois tipos de vinhos, o “colheita do ano” que resulta de um “blend” com as castas Touriga Nacional, Alfrocheiro Preto e Tinta Roriz e o “reserva”, tendo como casta dominante a Touriga Nacional (cerca de 80%).

Um produtor que a cada passo/colheita que vem dando/lançando, se torna cada vez mais uma referência a seguir na região dos vinhos do Dão, e nos vinhos de Portugal. Feita que está a apresentação para os apreciadores mais "distraídos", resta colocar em prova aquele que foi o primeiro colheita desta casa.

Vinha Paz Colheita 2000
Castas: Touriga Nacional, Alfrocheiro Preto, Tinta Roriz. - Estágio: Estágio em pipas de Carvalho americano e francês. - 13% Vol.


Tonalidade ruby escuro de média concentração, apresentando um ligeiro atijolado no rebordo (sinais dos tempos).

Nariz marcado por notas de vegetal seco (chá preto, musgo, caruma pinheiro), toque floral no campo das violetas seguido de ligeiro animal que por ali resolveu andar a revolver a terra. É no meio deste fino e fresco bouquet, que temos a fruta em modo de framboesas, groselhas e cerejas, bem consolidadas por um bálsamo vegetal. A madeira é o fio condutor que apesar de fina e discreta faz a ligação entre todos os seus componentes, de forma muito eficaz.

Boca a mostrar um vinho fresco, aveludado com finas matizes que variam desde a fruta bem madura e limpa, aos toques de bacon com vegetal seco. Um conjunto que nos presenteia com uma belíssima frescura durante toda a passagem de boca, em corpo médio e bem delicado, aprumado em tudo aquilo que nos mostra e como o mostra, num final de boa persistência.

Pela maneira bastante correcta como se mostrou e comportou, direi que se encontra num momento alto da sua forma, talvez o tal ponto ideal de consumo.
Um vinho com alma e personalidade, prestigia a região que o viu nascer, mostrando também uma capacidade de evoluir bastante positiva. É um vinho com um preço que deverá rondar os 9€, revelando-se uma aposta muito sólida para um consumo a médio/longo prazo, visto que melhora substancialmente com algum tempo de guarda.
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4 comentários:

Anónimo disse...

Juntamente com o Burmester reserva, este é o meu vinho seguro na casa dos 10€.

Um abr
NF

João de Carvalho disse...

E para que tenha um exemplar do Alentejo nessa fasquia, sugiro entre outros o Cortes de Cima tinto.

Anónimo disse...

Alentejano, e pelo mesmo preço, gosto mais do adegadeborba.pt reserva ou o Herdade da ervideira reserva.

Mas entre os quatro, gosto mais do burmester e do vinha paz...

Um abr
NF

João de Carvalho disse...

Em cheio... disse o Cortes de Cima apenas e só porque será o que mais facilmente se encontra numa grande superfície comercial.

Digamos que dos 3 Alentejanos em conversa, é o que está mais à mão.

 
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