Admito que ando um pouco de costas voltadas para os vinhos da Fiuza & Bright (Tejo), admito também que os seus topos de gama provados não faz muito tempo me deixaram de pé atrás, simplesmente não gostei do tinto e achei o branco um vinho nada agradável, foram duas as garrafas compradas na loja do produtor que não valeram em nada o preço a que foram compradas. Noutra altura já tinha provado o Ikon tinto, o tal que só vai para fora mas que até se vende na loja do produtor, há que ir vendendo pois claro. A prova que teria dado em anterior colheita em nada me relembrou nesta última, a bem dizer ando de costas voltadas com os vinhos deste produtor desde que acabou aqui em casa o stock de Reserva 1996, talvez o melhor vinho feito até aos dias de hoje pela Fiuza. Este mês recebi os dois novos lançamentos, o Fiuza 3 Castas branco e tinto da colheita 2010, admito que eram dois vinhos que já tinha visto algures em prateleira mas que nunca me tinham dado vontade de experimentar, se do tinto são 150.000 garrafas com preço de venda a rondar os 3,70€ do branco passam para 70.000 com preço a rondar os 3,20€. Enquanto o branco composto por Chardonnay, Arinto e Vital apenas vê as paredes do inox, o tinto composto por Syrah, Cabernet Sauvignon e Touriga Nacional tem um estágio de 3 meses em barricas de carvalho novas seguido de 3 meses em barricas usadas.
Fiuza 3 Castas branco 2010
O aroma não é muito expressivo, correcto mas sem grande intensidade ou complexidade, flores brancas, laranjas, rebuçados, melão e pouco mais que isto. Na boca tem entrada fresca e acidula com fruta pelo meio, algo rectilíneo e a parecer que não tem ombros... apontamento de frescura no final de boca, ainda que suave, num final algo vago. Não faz as minhas delícias, um vinho simplex. 13,5 - 84 pts
Fiuza 3 Castas tinto 2010
No aroma ganha claramente ao branco, muito mais vigor e intensidade ainda que sem grandes motivos de festejo. Tinto jovem, boa frescura com a fruta bem apresentada, frutos silvestres, flores com bálsamo vegetal fresco com toque fumado e apontamento doce, talvez uma geleia bem fresca de amora e alguma especiaria pelo meio, é agradável e bastante franco. Boca com suave frescura na entrada, mediana estrutura, passagem de boca sem percalços, alguma macieza com fruta de bom recorte, directo sem comprometer e a conseguir dar boa conta de si, fina dose de elegância. Uma surpresa muito agradável para o dia a dia. 14,5 - 86
4 comentários:
Não sentiste um toque de sulfuroso no branco?
Abraço
Raul Carvalho
Não, mas como quando o abri foi directamente para um decanter talvez nem tenha dado conta.
No meu caso foi para um copo e notou-se um pouco...
Mas tudo bem... Ainda bem que assim foi...
Vinhos assim tão novos, tipo 2010, o decanter só faz é bem...
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