Quanto custa nos dias de hoje um vinho branco acima da média, que se distinga e que transpire identidade e qualidade ? Que seja ao mesmo tempo uma referência mesmo que o seu historial enquanto marca apenas tenha surgido em 2002, produtor Sobredos, com o exemplar tinto e em 2007 com o seu primeiro branco da marca Aneto, ali em pleno coração do Douro, naqueles 7ha de vinha adulta em Sobradais e Malvêdos, na freguesia de Castedo do Douro, Concelho de Alijó com parcelas distintas e separadas por casta. As uvas brancas provêm das freguesia de Barrô e Penajóia, zona de transição para a regão dos vinhos verdes, com solos graníticos, clima fresco e Atlântico. A escolha recaiu em 25% Gouveio; 25% Malvasia Fina; 25% Rabigato e 25% Viosinho, 80% fermentou em inox e 20% do lote fermentou em barricas novas de carvalho francês com posterior agitação das borras, semanalmente. Engarrafado em Fevereiro de 2010, saiu com 13% Vol. e custa à volta dos 12€ a garrafa, com enologia a cargo de Franscisco Montenegro.
Um pouco abaixo daquilo que nos oferece o Aneto Reserva branco, este Aneto atinge o tal patamar de qualidade cujo preço é quase sempre o mesmo, a rondar os 12€, o que não sendo barato o empurra para aquele consumo para momentos um pouco mais especiais, talvez seja o tal vinho de fim de semana para abrir entre amigos enquanto nos esquecemos das marcas do dia a dia no fundo da garrafeira.
Aqui encontramos um vinho de perfil seco, mineral com acidez limonada, nariz com a fruta em destaque, limpa e cristalina, sente-se o toque da barrica (baunilha) lá mesmo no fundo, mas todo ele é frescura, com nervo, citrinos, pêra, melão, pimenta branca, tudo ele envolto em muita frescura. Na boca com entrada mineral e citrina, volta a acidez que lhe marca a passada, algum ainda que leve arredondamento no meio do palato, depois volta a si mesmo e torna-se novamente firme e hirto que nem uma barra de ferro, fresco, mineral, seco. Pelo meio de tudo isto há um toque de vegetal seco, alguma tisana mas leve, um limão e uma pêra, tudo suave que a mineralidade é profunda. Um belo vinho que acompanhou de forma magnífica um arroz de berbigão, a beber nos dois primeiros anos de vida para podermos usufruir de toda esta envolvente de um belo branco do Douro... e de Portugal. 16 - 90 pts
19 abril 2011
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário