Copo de 3: Quinta do Couquinho 2006

08 abril 2011

Quinta do Couquinho 2006


A Quinta do Couquinho situa-se no Douro Superior, nome associado aos Lavradores de Feitoria no ano de 1999 com um vinho do mesmo nome que na altura tanto prazer me deu a beber. Nos dois anos seguintes as uvas foram direccionadas para o nascimento de uma nova marca e que para ela contribuíram durante duas colheitas, o Grande Escolha 2000 e 2001, depois os donos da Quinta do Couquinho entenderam que deveriam seguir os seus próprios passos com marca própria. Em 2004 tinham já a sua adega própria, contando com 12 ha de vinha, a enologia fica a cargo do enólogo João Brito e Cunha, assessorado por Vitor Rabaçal.

Assim de memória conto pelos dedos os vinhos de 2006 que gostei, a culpa foi de um ano vitícola em que elevadas temperaturas se fizeram sentir principalmente durante a maturação. Este 2006 cujo lote é composto por Touriga Nacional, Tinta Roriz e Touriga Franca, teve um estágio efecturado em barricas novas e usadas de carvalho francês de 225 litros durante 12 meses, terminando com 14,5% Vol.
O patamar deste vinho situa-se muito bem nivelado, tanto a nível de qualidade como de preço praticado, estes são os valores sólidos e consistentes, vinhos que não nos deixam pendurados antes pelo contrário, no final da refeição quando já não resta nem mais uma gota, pode-se dizer com satisfação... dever cumprido.

No aroma mostrou-se moderado na intensidade, fruta fresca com cerejas e ameixas levemente compotada e com toque morno a meio, algum cacau e pimenta preta, aqui a registar-se o toque quente da maturação da uva, com esteva em flor no segundo plano em que mostra boa frescura. Afinado, harmonioso com a madeira muito bem integrada com leve fumado em fundo, num Douro que se faz sentir embora de perfil mais moderno, mais imediato mas muito apetecível. Na boca entra com muita fruta, algo doce e arredondado, taninos finos com toque vegetal em boa espacialidade e final de boca em boa persistência.

Resulta portanto uma prova de muito bom nível, o vinho tem uma grande harmonia entre a prova de nariz e a prova de boca, algo arredondado e harmonioso, com boa evolução no copo ainda que sem grandes entusiasmos. O preço ronda os 12€ o que não fazendo dele um vinho barato confere com o habitual para este patamar de qualidade. 90 pts

1 comentário:

Anónimo disse...

Provei o de 2008.
Apresentei este vinho num dia de pesca. Tudo estava a correr bem. O peixe picava, estava bom tempo e a companhia era excelente. Abrimos a garrafa e a desilusão ficou espantada no rosto de quem o provava.
O aroma e o sabor parecia todo ele esteva, com um ligeiro travo amargo.
Para o meu gosto, sempre subjectivo é claro, não consigo atribuir 90 pontos.
Aquela garrafa, estaria nos 87, se tanto.

 
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