Desta vez vou evitar falar do produtor, da adega ou da zona onde o vinho é produzido, evitar falar da altura das vinhas ou da idade das mesmas, evitar falar da filosofia que envolve o projecto ou mesmo as características que podem marcar cada um dos seus vinhos. Centro-me apenas no vinho, na casta que lhe deu origem, a Rabigato. A casta que aprendi a conhecer pelas mãos de outro produtor, que com os seus vinhos me proporcionou momentos de enorme felicidade, mesmo nas suas colheitas mais antigas. Aqui e agora mora a mesma casta noutro rótulo, com outro nome e outro produtor, a passagem por madeira, amaciou-lhe o temperamento, curvou-lhe as vontades e arredondou-lhe o espírito. Este Muxagat Rabigato, Os Xistos Altos (as parcelas mais altas), colheita 2010 caiu-me no copo recentemente, já antes o havia provado ainda era um menino rabino em aulas de boas maneiras. O vinho que provei no ano passado pouco ou nada tem a ver com este, a graça e irreverência que tinha não a vislumbrei mais, terá sido condição de guarda deste garrafa que não foi a melhor ou a evolução é que foi precoce ? Vinho de aroma subtil, nota-se mineralidade suave em fundo com baunilha a meio caminho mas com pouco nervo, pouca vivacidade e algo afagado de aromas, o fruto (citrino) é limpo embora no seu todo mostra-se esbatido e sem muito que falar. Na boca onde esperava um melhor comportamento, tem acidez sem vincar demasiado o vinho mas também não lhe dá a energia suficiente, demasiado calmo o que o torna chato e aborrecido. Um vinho de boa qualidade, superior à média. 89 pts
24 fevereiro 2013
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4 comentários:
o rotulo é inspirado noutro branco da regiao, nao acha?
Já agora qual ?
parece-me o redonda reserba
Por acaso tem lá o traço... mas apenas o traço porque depois lá dentro não se compara.
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