É na Herdade do Portocarro (Torrão), situada entre a fronteira dos distritos de Setúbal e Évora, que José da Mota Capitão cria os seus vinhos. Na sua visão peculiar, no seu gosto particular, Mota Capitão cedo conquistou uma larga franja de consumidores com os seus tintos, basta lembrar nomes como o Herdade do Portocarro, Anima ou Cavalo Maluco. Ao sabor dos tempos os vinhos foram sofrendo os ajustes que o seu criador achou necessários até atingirem a sua satisfação plena. Este Alfaiate, um vinho desenhado e feito à medida do seu dono é uma das mais recentes criações. Elaborado a partir das castas, Sercial, Galego-dourado, Arinto e Antão Vaz com uma produção de 1600 garrafas com preço a rondar os 12,50€ por unidade.
A primeira vez que o bebi mostrou-se pouco convincente, tinha sido bebido numa esplanada virada para o mar a acompanhar uma nobre garoupa assada no forno, no meio da conversa e gargalhadas, com os olhares perdidos na deslumbrante paisagem o vinho acabou por não se conseguir destacar o suficiente para deixar um rasto na memória daqueles que o tiveram no copo. Tinha pois a necessidade de voltar a ele para tirar a limpo todas as dúvidas com que tinha ficado e que na realidade apenas se tornaram em confirmações. Não peca em nada por ser pouco exuberante, envolto numa fina e delicada complexidade suportado por uma frescura que o salva de queda abrupta. A fruta aparece de forma fresca e de boa qualidade, ainda que espaçada, desde o pequeno ananás até ao fruto de pomar, o resto são ervas frescas e algum toque de madeira muito discreto. Digamos que o fato me pareceu ter ficado curto. 90 pts
Sem comentários:
Enviar um comentário