Por aqui continua-se a dar vela ao vento dos aromas e sabores, conhecer novos mundos que permitam dar boas novas aos que ficam deste lado. Viagens há em que nos reencontramos com determinados vinhos, exemplares que nessas mesmas ocasiões nunca nos deixaram defraudados. Este é daqueles casos onde uma e outra vez o prazer está assegurado, vem de Itália e é um Barolo (DOCG) que se mostra de uma forma diferente dos outros Barolo que conheço, aqui mais finesse e alguma prontidão, pelo menos dos que me rodopiaram no copo este é consistente nesse mesmo aspecto, outro ponto de salientar é a qualidade e a respectiva relação preço/satisfação que proporciona, independentemente de continuar a achar que são vinhos que precisam de uns bons dez anos de guarda. Aqui domina a casta Nebbiolo a 100% e o vinho é produzido pela casa Prunotto, encostou-se durante dois anos a madeira de carvalho francês de larga capacidade com posterior sesta de um ano em garrafa até ver a luz das prateleiras.
Como já dito, o vinho mostra vontade de agradar mas não esconde a apetência para continuar mais algum tempo na garrafa, o que só lhe vai fazer bem. Ao saltar para o copo precisa de tempo, gosta do rodopio, ao início invoca o cheiro de alcatrão (químico) que dá lugar à fruta (bagas) negra e todo o conjunto de coisas boas (flores, tabaco seco, bálsamo, chocolate) que leva na alma ainda que colocadas em jogo muito calmamente, porque o novelo da complexidade está ainda algo apertado. Embrulhado numa estrutura coesa e fresca a mostrar notas de elegância e equilíbrio, indo a prova de boca ao encontro da prova de nariz. O final é prolongado com secura de taninos a notar-se de forma muito subtil. 93 pts
Osso Buco Milanese by Manuela Zangara |
Sem comentários:
Enviar um comentário