O vinho rosado ou rosé em solo nacional tem sido alvo de uma normal evolução ao longo dos últimos anos, muitos perderam aquele toque adocicado que os marcou nos primeiros lançamentos para agora seguirem caminhos onde a fruta suculenta se mistura com uma boa dose de secura no final, depois é mais ou menos corpo e mais ou menos intensidade e concentração de aromas ou sabores. Não deixa de ser engraçado que enquanto se vai falando dos novos sempre por cá tivemos um grande exemplar sem que ninguém lhe ligue patavina, um bastardo filho de um Deus menor que teima aos olhos dos tugas enófilos passar forçosamente como vinho menor, é óbvio que sabem do que estou a falar. Para baralhar um pouco mais as coisas alguns exemplares até têm o desplante de evoluírem nobremente na garrafa... um atrevimento.
Neste caso o objecto de estudo é outro, é oriundo da Herdade do Rocim (Vidigueira), um rosado raçudo com aqueleto mais cheio e que por momentos se encosta a um tinto, direi que tem músculo a mais para rosado sem deixar de o ser. O seu sustento é a qualidade da fruta que leva no interior, fruta vermelha muito madura e a pingar qualidade, alia um leve toque de rama vegetal fresca com fundo a debitar ligeira secura. Não é rosado de subtilezas nem de falinhas mansas, num plano mais macho só lhe falta o bigode. Pelo sim pelo não optei por acompanhar com um bom naco de vitela no carvão, servido com todos os complementos necessários, desde as batatas, legumes na chapa até aos vários molhos. O vinho que anda na casa dos 8€ garrafa foi do agrado de todos, acompanhou bem os vários cortes de carne que ali foram sendo servidos, com mais ou menos gordura foi sendo sempre capaz porque aguenta o que outros da sua classe não são capazes por falta de calibre ou estrutura. 90 pts
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