Do outro lado do Rio Minho no vale de O Rosal, mora uma adega especializada em vinhos brancos, Terras Gauda, fundada em 1990. A fama dos seus vinhos desde cedo passou fronteiras e sem perderem muito tempo lançaram um topo de gama no mercado, um branco com direito a uma longa battonage e passagem por madeira. Na altura em Portugal ainda se estava a acordar para aquilo que são nos dias de hoje os fantásticos Alvarinho, Loureiro e companhia. Se naquela altura estava rendido ao trabalho feito do outro lado do rio, hoje em dia é deste lado que rejubilo de alegria com o que me cai no copo. No entanto este Terras Gauda Etiqueta Negra era e continua a ser um dos mais caros brancos de Espanha, preço ronda os 40€.
O lote (70% Albariño, 20% Loureiro, 10% Caíño blanco) resulta num vinho cheio, fresco e arredondado com toques de cremosidade sentida junto de flores brancas e fruta (pêssegos, nectarina, limão) muito limpa resultando um bouquet muito bonito e detalhado, a mostrar classe e elegância. Não se cheira e se fica indiferente ou que não se pede o segundo copo para beber... neste caso a garrafa fica vazia e ainda dá vontade de continuar. Boca com boa dose de acidez, nada vincado mas muito sabor no palato com textura suave, fruta madura em calda complementam o final com ligeiro mineralidade, persistência alta.
O preço parece-me exagerado, apesar de gostar do que me caiu no copo encaro o preço estipulado pela adega como um querer marcar posição no segmento da exclusividade e dos vinhos de boutique. 92 pts
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