Por via de herança, a Quinta da Manoella no Douro é agora administrada pela Wine&Soul, reconhecido produtor do vinho Pintas (Douro). Ora com a Manoella 2011 (cerca de 12€) a coisa até começou bem, é atrevida na voluptuosidade da fruta esmagada e muito madura que escorre docinha pelo rebordo do copo, uma receita que se repete, perfumado por notas de violeta e esteva, apinhado de tostas e baunilhas a lembrar vinho muito novo tirado da barrica, taninos a saltitarem na língua envoltos em boa frescura. Na boca tem boa presença, abdica de austeridade para se entregar a curvas mais femininas, pena que toda a qualidade apresentada até aqui fique beliscada (reflectindo-se na nota final) quando o álcool chega e se instala de mansinho no nariz e no final de boca. É aquela sensação de estarmos a receber festinhas e de repente levamos uma chapada... certo, há pessoas que gostam.
PS: No dia seguinte voltei ao vinho, servi mais um copo, até certo ponto parecia que nos conseguíamos entender, mas aquele ruido do álcool em pano de fundo mesmo que não o chegue a dominar, incomoda-me. Enquanto vasculhava os apontamentos lembrei-me dos primeiros Quinta da Manuela que tinha provado, olhei para esta nota e sorri, ele há coisas que não mudam... 88 pts
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