Não será o vinho de talha o verdadeiro vinho Alentejano ? Numa altura em que toda a gente parece perceber e saber o que é, sem por vezes nunca o ter provado, eis que o vinho de talha começa a surgir por entre a penumbra do esquecimento. Não há fome que não dê em fartura e os vinhos de talha surgiram como cogumelos por tudo o que é lado, inventa-se, aldraba-se, vale tudo para se ter qualquer coisa engarrafada que depois é vendida ao preço do ouro. Este Amphora (Herdade do Rocim) não engana e é a meu ver o melhor exemplar tinto colocado no mercado, feito em talha, com engaço total e como manda a regra. Metade Aragonês e o resto Trincadeira, Moreto e Tinta Grossa, leveduras indígenas e sem correção ácida do mosto. Tem a capacidade de nos baralhar os sentidos em prova cega e eu gosto de vinhos que nos metem a pensar, a conversar e acima de tudo a questionar. Porque o vinho é tudo isto e só depois vem aquela parte dos descritores. O vinho é todo ele frescura, fruta limpa com toques de resina e ligeiro balsâmico de fundo, leve terroso com toque verdasco do engaço que se sente e mata saudade. Tem vida pela frente mas o prazer está assegurado. 91 pts
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