Copo de 3: Herdade do Pinheiro 2001

27 janeiro 2008

Herdade do Pinheiro 2001

No calor da planície de Ferreira do Alentejo, fica situada a Herdade do Pinheiro, onde Ana Bicó e Miguel Silvestre Ferreira dão seguimento ao trabalho começado pelo seu avô António Francisco Silvestre Ferreira. É nesta herdade com 400 hectares de olival e cerca de 90 hectares de vinha, que são produzidos os vinhos Herdade do Pinheiro e Moinho da Asseiceira.
Em prova temos o primeiro vinho Herdade do Pinheiro, da colheita 2001, que na altura em que saiu para o mercado foi alvo de uma enorme procura nas Feiras de Vinho onde estava inserido.
É então tempo de o tornar a provar e ver como se comporta passados 6 anos.

Herdade do Pinheiro 2001
Castas: Aragonez, Trincadeira e Cabernet Sauvignon - Estágio: 6 meses carvalho americano e francês e 4 meses em garrafa - 12,5% Vol.

Tonalidade ruby escuro de média concentração, rebordo a revelar um toque tijolo ainda que leve.
Nariz a revelar um aroma limpo e de boa complexidade, elegante e fino na maneira de expressão que não mostra um vinho muito cheio ou madurão. Tem frescura muito bem sintonizada com a fruta (amora, ameixa e framboesa) madura, compota e baunilha, com traços de caramelo de leite derretido. O segundo plano completa o vinho com sensação de folhas de tabaco secas.
Boca com entrada requintada dentro da sua possibilidade, fruta presente com frescura presente e muito contida apesar de correcta e aprazível. Estrutura muito bem delineada, muito polido e sedoso no palato, com um final de persistência média, onde a frescura e o toque de cacau parecem dominar.

Um vinho com 6 anos de vida, que se apresentou num excelente momento de forma em que deve ser consumido. De realçar que o perfil para novas colheitas tem vindo a ser mantido, no que toca a castas e mesmo a estágio. Outro ponto interessante são os 12,5% Vol. com que se apresentou, um vinho que não tem as graduações que hoje em dia facilmente se encontram nos vinhos mais recentes no mercado. Aqui temos um vinho com 12,5% onde a frescura se mostra presente e os sinais do tempo apenas o afinaram e refinaram.
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3 comentários:

Anónimo disse...

Sou um apaixonado por tudo o que sai da Herdade do Pinheiro e fiquei muito feliz ao saber, na expovinis 2007, que eles finalmente chegaram por estes lados. Pena que o importador não faz juz ao vinho mas nestas escolhas comerciais não devemos meter o bico. O reserva deles é divino e o Rosé um verdadeiro espetáculo, não sei se já teve oportunidade de o provar. apreciaria seu comentário caso já o conheça.

João de Carvalho disse...

Caro João Filipe Clemente, bem vindo ao Copo de 3, onde as suas opiniões serão sempre bem vindas.

Ainda não tive a oportunidade de provar tanto o Reserva como o Rosé. Sei que é uma falha mas as marcas no mercado são tantas que algumas ficam como será compreensível mais longe de outras.

Cumprimentos

Anónimo disse...

Bom poder, pelo menos virtualmente, andar por essas bandas. Já faz quase dois anos que por aí não passo e estou com saudades. Concordo consigo, realmente o universo do vinho em Portugal é imenso e fica dificil conhecer todos os rótulos existentes, velhos e novos. Parabéns pelo trabalho e, tendo oportunidade, sugiro conhecer esses outros vinhos da Herdade do Pinheiro. São uma grata surpresa.

 
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