Copo de 3: Quinta do Mouro 2002

28 janeiro 2008

Quinta do Mouro 2002

Foi a 5 de Outubro de 2005 que provei pela primeira vez este vinho, na altura este Quinta do Mouro 2002 rapidamente me conquistou pela sua qualidade, diferença e sobretudo pelo potencial que mostrava ter, tudo isto a perspectivar uma evolução surpreendente em garrafeira.
Seria este o fruto de um ano desfavorável por terras Alentejanas como foi o ano de 2002, são poucos os vinhos dignos de registo desse mesmo ano, os que sobreviveram são sem sombra de dúvida dos melhores vinhos de Portugal.
Um vinho que o seu produtor, Miguel Louro, afirmou ser o melhor de todos os que tinha feito até então. De certa forma esta colheita foi a que me converteu para os vinhos desta Quinta de Estremoz, até esse dia as provas que tinha feito de colheitas anteriores não se tinham mostrado muito convincentes.

Quinta do Mouro 2002
Castas: Aragonês (60%), Alicante Bouschet (20%), Touriga Nacional (13%) e Cabernet Sauvignon (7%) - Estágio: 12 meses em barricas de carvalho francês - 14% Vol.

Tonalidade granada escuro de concentração média/alta, apresenta depósito fino.
Nariz que mostra um misto de fruto com compota e vegetal seco, toque terroso inicial que se acomoda com tempo de decantação. A madeira está presente e muito bem integrada no conjunto, sente-se com bom afinamento, harmonioso com toque balsâmico a dar frescura ao vinho, ao lado de ligeiro floral. Boa complexidade, num vinho que sabe ter presença durante toda a prova, surge cacau com aragem especiada (pimenta preta, cravinho), num todo que apesar de dar uma grande prova neste momento, consegue deixar a promessa de que mais e melhor estará para vir com algum tempo de garrafa.
Boca a dar uma prova rica de harmonia e complexidade, estrutura rica e bem delineada, a fruta está bem presente, vegetal suave complementa o conjunto. De arestas bem mais refinadas que na anterior prova, só mostra que o tempo em garrafa lhe fez muito bem, a boa acidez presente permite ter uma frescura presente durante toda a passagem de boca. O fundo balsâmico com ligeiro especiado é a despedida para um final de bela persistência.

Um vinho a rondar os 25€, a que o tempo de clausura em garrafa só lhe fez bem, conseguindo nesta altura dar uma prova de grande gabarito, onde a classe está bem presente durante todo o tempo. Íntegro e a mostrar que é capaz de mais e melhor, se lhe dermos mais uns tempos de reflexão na garrafeira. A vontade vai ser feita... provando este vinho quem diz que 2002 foi mau ano ?
17,5

4 comentários:

Anónimo disse...

Não sei se consigo resistir mais tempo!

Se calhar, vou ter de abrir uma.

Gus disse...

Estou exactamente a pensar fazer o mesmo...

João de Carvalho disse...

E então, já provaram o vinho ?
Considerações acerca do mesmo ?

prtbarata disse...

2002 foi mau mas só para aqueles que não puderam ou não conseguiram pôr os vinhos no mercado, pois temos muitos e belos exemplos de grande qualidade...

 
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