Copo de 3: PROVA Porca de Murça Reserva Branco 2005

23 outubro 2006

PROVA Porca de Murça Reserva Branco 2005

Aproveitando esta vaga de prova de vinhos do Douro, foi altura de provar um vinho branco do Douro, após uma conversa com um amigo da causa, o Rui Miguel sugeriu-me que provasse o Porca de Murça Reserva Branco 2005, um vinho produzido pela Real Companhia Velha, que comemora este ano os seus 250 anos de existência, um facto memorável pelo que o Copo de 3 deixa aqui os seus Parabéns e desejos da continuação de um excelente trabalho que tem vindo a ser desenvolvido ao longo de todos estes anos.

Muitos devem perguntar de onde vem o nome Porca de Murça ? A Porca de Murça simboliza a vila. Trata-se de uma escultura granítica representando um quadrúpede. O povo considerou que se tratava de uma ursa que devastava a região e foi necessário eliminar. Depois, passou a ser uma porca. Mas os atributos masculinos bem visíveis não enganam: é na verdade um berrão, do mesmo género dos que se encontram frequentemente na zona oriental de Trás-os-Montes, relacionados com um culto da fertilidade de povos pré-romanos.

Porca de Murça Reserva Branco 2005
Castas: Boal, Gouveio, Codega e Cercial - Estágio: Boal com 6 meses carvalho nacional - 14% Vol.

Tonalidade amarelo citrino de concentração média/baixa com leve toque dourado.
Nariz a mostrar-se com uma intensidade média/alta, as notas derivadas do estágio em barrica (baunilhas, e ligeiros torrados), começam a mostrar-se de início sem chegar a dominar o conjunto, a fruta mostra-se presente em boa quantidade e variedade, domínio de notas de ananás (em calda), pêra, maçã verde, meloa, leves citrinos (limão, lima), tudo num conjunto que mostra ligeira untuosidade (amanteigado) com notas em segundo plano a lembrar chá preto e toque mineral de fundo.
Na boca a entrada mostra um vinho não muito complexo de corpo, mas o suficiente para aguentar todo o conjunto do vinho, boa acidez a contrabalançar com a madeira, a fruta marca também presença no conjunto com calda de ananás (tom mais adocidado) a destacar-se ao lado de leves anotações cítricas e maçã, ligeiro arredondamento na boca apesar de mais uma vez a acidez dizer presente e estar bem colocada, boa passagem de boca com ligeiro mineral e persistência final média.

Um vinho que se mostra bastante apelativo, com um preço que ronda os 3,60€ a mostrar boa relação preço/qualidade, vale a pena conhecer um dos bons representantes dos brancos durienses disponiveis no mercado.
15,5

1 comentário:

Jose Tomaz Mello Breyner disse...

Caro João Pedro

Curiosamente provei este vinho ontem. Achei-o demasiado marcado pela madeira, o que em minha opinião o desvaloriza. Quanto ao reste de acordo.

 
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