Com o boom qualitativo que se tem assistido nos brancos nacionais, hoje em dia pouco é o produtor que não resiste em ter um branco de referência. O Douro será muito provavelmente a zona que mais fervilha no que toca a novidades, e nos brancos muito e bom se tem feito nos últimos anos. Um desses exemplos surge das mãos do reconhecido produtor Cristiano Van Zeller, um branco baptizado como VZ que coloco em prova com a colheita de 2008. O ano de 2008 deu excelentes condições às uvas da zona de Murça, de onde provêm 95% das uvas deste vinho, vinhas velhas com 70 anos onde predominam Codega, Viosinho, Gouveio e Rabigato. O vinho banha-se em barricas novas de carvalho francês, salta para o mercado em garrafa pesadona com 12,5% Vol. e um preço de respeito que ronda os 25/30€.
No aroma sente-se um vinho com certa dose de untuosidade, algum peso que resulta da passagem por madeira, num todo bastante afável sem grande complexidade ou intensidade. Mistura um travo da fruta madura, alperce e citrinos, com madeira bem integrada, alguma baunilha e tosta dão claras sensações de arredondamento, mas domina uma boa frescura com notas de pimenta branca, algum mato serrano e fundo bem mineral.
Boa entrada de boca, frescura sentida no primeiro instante, toque limonado seguido de imediato por fruta de polpa branca e arredondamento da madeira, ainda que ligeiro pois consegue mostrar uma bela frescura durante toda a prova, sem ter muito peso, amplo e com boa mineralidade. Determinado e com enorme paciência para andar a girar no copo, dá gozo beber uma e outra vez, o álcool em formato ideal, sempre são 12,5% faz com que se beba todo sem se dar por isso... no final apetece mais.
O tempo ajudou a madeira a entrar no sítio certo, está muito bom de nariz e de boca, talvez lhe pudesse chamar de uma enorme bola de algodão, o problema aqui é o preço. Gostei muito mas para o que custa pedia um pouco mais de clarividência no que a fruta diz respeito, ela anda lá mas parece algo apática. A despachar o que se tenha que o 2009 já anda por aí... 16,5 - 91 pts
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3 comentários:
a favorite white of mine.
Não achas que para uma primeira colheita o preço é exagerado?
Valter este não foi a primeira colheita, mas concordo com o preço alto em relação ao que apresenta.
Nos dias de hoje um vinho de topo para se mostrar e impor com algum respeito junto do consumidor, tem de ter um preço alto. Este é um desses exemplos, eu pelo mesmo preço prefiro comprar o tinto Vale Dona Maria.
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