A Borgonha dispensa grandes apresentações, o simples nome faz cócegas na barriga de muito enófilo. A região é considerada a meca de muitos apreciadores de vinho, ostenta no vasto rendilhado de terroirs e classificações alguns dos rótulos mais caros do mundo. Pode-se dizer que é um modo de estar, um vício que se entranha e dificilmente se larga, por outro lado o preço dos vinhos faz com que a entrada no clube "Borgonha" se limite aos mais abastados na carteira, não bebe quem quer mas apenas quem pode. Isto implica que com preços são quase sempre altos, a probabilidade de enfiar um barrete dourado é muito grande, ainda por mais para aqueles que se aventuram à toa sem aconselhamento prévio. O vinho que se segue é da Borgonha, da zona chamada Côte de Beaune, um Chassagne-Montrachet base (village) sem os refinamentos de 1er ou grand cru. O preço é como se poderia calcular alto, neste caso acima dos 30€ e em Portugal é distribuído pela Adega Algarvia.
Grande subtileza e harmonia de aromas numa boa intensidade com a fruta redonda e a mostrar frescura, qualidade e algum volume. A madeira por onde andou não belisca, confere-lhe arredondamento com uma suave nota baunilha, no segundo plano são flores brancas bem frescas com toque de estrela de anis, o vinho sente-se muito novo e a dar sinais de querer evoluir em garrafa. Boca com frescura, entrada ampla e suave, um misto de frescura e cremosidade numa presença mediana onde a fruta se faz notar. Final persistente e de ligeira mineralidade.
Sem comentários:
Enviar um comentário